Segunda-feira, 06 de outubro de 2008, atualizada ?s 12h

Aferi??o de press?o arterial nas ruas deve ser realizada somente por profissionais treinados, que precisam seguir alguns cuidados b?sicos



Marinella Souza
*Colabora??o

No centro de Juiz de Fora ? comum vermos pessoas vestidas de branco aferindo a press?o arterial dos pedestres. O servi?o n?o ? gratuito e atende uma demanda causada por lei municipal que pro?be que as farm?cias fa?am esse tipo de atendimento, mas os m?dicos fazem ressalvas. Para o cardiologista Amandio Tavares, ? preciso saber quem est? aferindo a press?o nas ruas.

"Se for uma pessoa treinada, ou seja, um t?cnico ou auxiliar de enfermagem, um fisioterapeuta e eventualmente um estudante de medicina ou farmac?utico, ela sabe como proceder corretamente. O problema ? que muitas pessoas sem treinamento est?o fazendo isso, e o atendimento n?o ? prestado convenientemente".

Para ele, pessoas ligadas ? ?rea da sa?de est?o devidamente preparadas para aferir a press?o adequadamente porque sabem das normas fundamentais para o exerc?cio dessa atividade. O t?cnico de enfermagem Marcelo Gon?alves (foto acima) realiza esse servi?o h? dez anos na cidade e procurou um local que estivesse mais pr?ximo ao considerado ideal.

"Para se aferir a press?o arterial n?o pode ter muito barulho, a pessoa tem que estar descansada. Antes de aferir a press?o, eu converso com ela, deixo ela descansar um pouco e s? depois fa?o a medi??o", diz. O cardiologista alerta que essa ? a conduta correta porque "a pessoa tem que estar em repouso por, no m?nimo tr?s minutos, para que se possa medir a press?o de forma correta".

Sa?de p?blica

Os dois profissionais avaliam essa situa??o fazendo uma cr?tica ao atendimento da sa?de p?blica da cidade. Segundo Gon?alves, "se a sa?de da cidade fosse de primeira, n?o haveria necessidade disso, mas nos postos de sa?de, os aparelhos est?o com defeito e o atendimento demora muito, o que faz as pessoas procurarem esse servi?o nas ruas", diz.

Tavares tamb?m v? a dificuldade ao acesso ? sa?de p?blica como a principal causadora dessa demanda. "Se as farm?cias n?o podem mais oferecer esse servi?o e o acesso ? sa?de p?blica ? dific?limo, medir a press?o na rua ? a ?nica sa?da", lamenta.

Apesar disso, o cardiologista orienta que, caso seja necess?rio recorrer a esse tipo de atendimento, a pessoa exija o credenciamento do profissional e fique atento aos procedimentos b?sicos como o repouso pr?vio, a posi??o do bra?o e ao fato de o aparelho de press?o s? poder ser inflado uma vez.

Outro detalhe importante ? que o profissional que realizar a aferi??o n?o est? autorizado a medicar. Gon?alves sabe disso. "Eu n?o medico ningu?m, se a press?o est? alterada, eu oriento a procurar um especialista, se estiver muito alterada eu guardo o meu material e acompanho a pessoa at? o posto de sa?de", afirma.

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF