Ana Stuart Ana Stuart 1/10/2010

Birra Emocional

Adulto tristeNa literatura dos neuróticos anônimos (N/A), eles comparam depressão com a birra emocional, cuja origem é o egoísmo que acha o mundo hostil e nada agradável. Se formos analisar friamente veremos que o depressivo insiste em obter tudo o que deseja, as atenções sempre se voltam para ele e não suporta frustrações.

Por não aceitar sua própria realidade recorre a diversos mecanismos de defesa ou de fuga, como o retraimento, atribuição de culpa a outras pessoas, mau humor, alheamento, hostilidade, alienação e outras manifestações peculiares à doença mental e emocional.

Todas estas manifestações são comparadas à birra infantil, porém de forma ampliada.

No adulto a birra não é por causa do brinquedo e sim pelo emprego, pelo carro, pela casa, pelo dinheiro, pelas dificuldades nos relacionamentos, pela não aceitação da perda e até pela morte.

Existem jogos emocionais para se obter o que deseja que também são considerados birras, por exemplo - um casal que deseja prevalecer a sua vontade costuma usar o retraimento quando para de falar com o outro fazendo a pressão do silêncio.

Crianças se agitam e choram até vomitar, os adultos adoecem para chamar atenção.

O auge da birra no adulto, quando ele já tentou todos os recursos e não conseguiu chamar atenção é a tentativa do suicídio.

Como lidar com essa situação?

Quando a criança faz birra, temos que ser mais firmes do que ela e não entrar nos seus jogos de birra, para educá-la diante da vida.

Mas se tratando do adulto da mesma forma não devemos entrar no jogo dele e nos tornarmos co-dependentes, pois desta forma estaremos alimentando sua birra emocional.

Devemos sim conscientizá-lo de seu egoísmo, seu orgulho, sua prepotência, mostrando a ele que sua rebelião íntima está repleta de muita raiva e culpa, que o leva a preferir desertar da vida.

Conscientizá-lo da necessidade do tratamento multidisciplinar e tentar observá-lo de perto com carinho e firmeza, mas de forma alguma adoecer junto.



Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar