Fechando portas, para abrir outras!


Receber uma not?cia de demiss?o n?o ? f?cil. Busque alternativas e n?o sinta medo do novo. Dicas da Consultora de RH, Aline Salles

Fernanda Leonel
Rep?rter
22/06/06

A psic?loga e consultora em Recursos Humanos, Aline Salles, d? dicas para quem quer voltar ao mercado de trabalho. Clique no ?cone para assistir ao v?deo!

Veja!

Um dia voc? acorda empregado e vai dormir desempregado. Susto, rejei??o ou culpa? As respostas para a cabe?a de um rec?m demitido s?o muitas, assim como podem ser as causas do seu desligamento. De concreto mesmo, s? o fato de que n?o fazer mais parte dos planos de uma empresa ?, no m?nimo, indigesto.

A psic?loga e consultora em recursos humanos, Aline Salles Rocha (foto), ressalta que ? extremamente comum que a pessoa que acaba de perder o emprego se sinta perdida ou triste. O que n?o ? natural ? a pessoa "mergulhar nisso" e n?o tirar boas li?es de toda hist?ria.

Como destaca a consultora, mais que a demiss?o, o que afeta o agora "sem emprego" ? a condi??o de "estar desempregado". Qualquer pessoa que conquista a independ?ncia financeira est? acostumada a ocupar o seu dia, a ter o seu dinheiro e, por muitas vezes, chega a contar com futuros sal?rios para realiza?es materiais imediatas. Estar desempregado requer uma adequa??o de vida. E esse ? o primeiro desafio!

No plano pessoal h? outros desdobramentos. O desempregado, como explica Aline, tende a sentir vergonha do que aconteceu e isso s? dificulta sua volta ao mercado. Fechado em casa, depressivo em alguns casos, desiludido com o que aconteceu, ele se afasta de poss?veis contatos pessoais e profissionais.

A psic?loga aconselha que ? importante que o desempregado divulgue sua nova condi??o para que o mercado entenda que ele est? dispon?vel para novas possibilidades. Em bom portugu?s, isso quer dizer que ? preciso se fazer presente para pessoas do seu conv?vio para que elas fa?am a informa??o circular. Hist?rias de conhecidos, que precisam de algu?m exatamente com a habilita??o que voc? perdeu, s?o muito comuns.

E essa hist?ria de fazer a informa??o circular pode ir ainda mais al?m. Divulgar sua disponibilidade, pode ter resultados positivos em lugares n?o imagin?veis em um primeiro momento. Como destaca a psic?loga, ? preciso buscar uma atividade alternativa, mesmo que ela n?o esteja na mesmo ?rea que voc? trabalhava anteriormente.

"? preciso estar em cena. Toda atividade nesse caso ? bem vinda. Mesmo que seja um trabalho volunt?rio. Esse trabalho n?o vai ocupar muito tempo e vai permitir que a pessoa procure um novo emprego. Com a cabe?a ocupada, a mente saud?vel garantida e convivendo com pessoas que podem render alguma indica??o, a volta fica mais f?cil", explicou a consultora.

Como vantangem dessa primeira dica ainda est? uma outra quest?o. Se a pessoa arruma outra atividade pra fazer, garante tamb?m um dinheirinho. Esse extra, al?m de facilitar a vida do rec?m desempregado, com coisas pr?ticas da vida que todo mundo precisa mesmo, levanta a auto-estima dele, que n?o precisa depender de ningu?m e ainda, pode servir como possibilidade para que ele invista em cursos de qualifica??o e reciclagem profissional.

Tire boas li?es

Ser demitido n?o ? motivo s? para desespero! Essa fase pode ser tamb?m uma ?tima oportunidade para refletir sobre sua carreira profissional, seus erros e acertos e, depois de fazer a an?lise, tra?ar um novo "recome?ar". Esse objetivo do recome?o ? importante. ? preciso pensar na vida profissional com seriedade, acreditar no potencial que se tem para oferecer e querer realiz?-los.

A consultora diz que os motivos para a demiss?o podem ser diversos, mas em sua maioria est?o relacionados ao mau desempenho do colaborador com a empresa. De posse dessas informa?es ? bom refletir sobre o que se quer mesmo e at? que ponto se foi injusti?ado, para n?o ter que passar por essa experi?ncia de novo.

"? mais f?cil jogar a culpa nos outros, certamente. E isso s? serve para a pessoa n?o perceber seus erros", destaca Aline. Ela ainda comenta um outro tipo de personalidade: aqueles que trabalham mau, e sabem disso. Fazem isso inconscientemente como um boicote a si pr?prio. Segundo Aline, a psicologia explica esse fato como caracter?sticas de pessoas que n?o confiam em si mesmas.

? preciso tirar boas li?es para acreditar que essa situa??o de desemprego ? apenas uma fase na vida. Muita gente se desespera ou se acomoda na velha e famosa desculpa de que o mercado est? saturado. "Sofre com o mercado quem est? despreparado para enfrent?-lo", diz Aline. Ela acredita que a "velocidade" das demiss?es h? 15 ou 20 anos atr?s era diferente, e que as pessoas conseguiam estabilidade mais facilmente, mas que ? puro pessimismo s? repertir que o mercado de hoje est? saturado e que n?o h? espa?o.

Aline acha que o mercado est? excedente em termos de demanda versus oferta, e que a demanda escassa acaba fazendo com que os contratantes possam exigir mais. O que, necessariamente, n?o quer dizer que n?o haja espa?o, mas sim, que as pessoas precisam estar mais "antenadas".

Como consultora respons?vel por processos de sele??o e contrata??o de empresas da cidade, ela afirma que ? muito comum encontrar pessoas com curr?culos que s? possuem o "basic?o". "Faltam pessoas no mercado com o m?nimo de conhecimento para determinadas profiss?es", ressalta.

O lado das empresas

A situa??o de demiss?o tamb?m ? complicada do ponto de vista de quem executa a "senten?a". Separar o lado pessoal do profissional para tomar a melhor decis?o pode n?o ser tarefa f?cil para muitos empres?rios.

Aline explica que algumas empresas possuem programas de demiss?o assistida, que com a ajuda de psic?logas especializadas, ajudam o ex-funcion?rio a se sentir melhor nesse momento t?o dif?cil.

Para a consultora, n?o h? "receita de bolo" para uma demiss?o de sucesso, mas h? pequenos detalhes que a empresa pode observar para evitar maiores problemas. Um deles ? sempre dar um retorno do trabalho do funcion?rio, para que ele n?o seja pego de surpresa com a carta de demiss?o. ? preciso que o colaborador entenda no que n?o est? sendo satisfat?rio para o patr?o.

E no meio dessa resposta ao funcion?rio, esse feed-back, est? tamb?m uma a??o muito simples que pode evitar muitos problemas, algo que Aline Salles nomeou de contrato psicol?gico.

Para a psic?loga, antes de assinar o papel que firma a parceria empresa/empregado ? preciso que o respons?vel pela contrata??o explique tudo que o funcion?rio vai ter que fazer, de que forma, e quais s?o as expectativas da empresa com rela??o ao seu trabalho.

Nesse contrato psicol?gico, vale expor o cotidiano da empresa mesmo. Para se ter uma id?ia de como isso deve ser verdadeiro, a consultora at? brinca que o chefe deve avisar ao novo funcion?rio se ele ? mal humorado e vai chegar muitas vezes na semana sem sequer dar bom dia a ningu?m.

Dicas para permanecer no emprego

• Observe o que a empresa espera de voc? e sempre esteja atento a coisas que voc? pode fazer para agregar valores ao seu trabalho. ? preciso trabalhar para se fazer insdispens?vel para a empresa. Mas aten??o! Isso n?o ? sin?nimo de servi?os levados para casa, ou de vida pessoal deixada de lado.

• Se adeque a estrutura da empresa. Se a empresa que voc? trabalha exige que voc? use terno, isso vai ter que passar a fazer parte do seu cotidiano.

• Mantenha-se atualizado e sempre muito bem informado. Recolha mais informa?es sobre o cargo que desempenha. Pessoas que n?o buscam se desenvolver na empresa, n?o crescem.