Juiz de Fora antes e depois da Lei Rosa Encontro discute os avanços do comportamento do juizforano. Apesar de balanço positivo, MGM aponta os problemas nos direitos dos homossexuais na cidade

Fernanda Leonel
Repórter
13/08/2007

A semana gay já começou com a discussão da experiência, em Juiz de Fora, da lei municipal 9.791, mais conhecida como Lei Rosa.

Na tarde de segunda-feira, dia 13 de agosto, representantes da Coordenadoria da Diversidade Sexual da cidade de São Paulo se encontraram com representantes do legislativo, executivo e Movimento Gay de Minas (MGM) para conhecer a realidade da aplicação da lei em Juiz de Fora - a primeira do Brasil.

Na reunião, os visitantes aproveitaram para apresentar avanços conseguidos pela cidade depois da criação de um Centro de Combate à Homofobia, subordinado à Prefeitura de São Paulo.

A troca de idéias na sala Asa Delta do prédio da Câmara Municipal, fez um balanço positivo do comportamento da sociedade juizforana desde a implantação da lei, de autoria do vereador Paulo Rogério dos Santos.

De acordo com o presidente do MGM, Oswaldo Braga (na foto abaixo, ) não eram raros, por exemplo, os casos de denúncias de homossexuais que tinham que pagar dois quartos em hotéis e motéis da cidade, antes da lei entrar em vigor.

foto de oswaldo No entanto, todos os setores foram unânimes na afirmação de que a cidade ainda precisa crescer, e muito, no que diz respeito a garantia dos direitos de quem fez uma opção sexual diferente.

"A homossexualidade tem significância para Juiz de Fora. As pessoas aqui respeitam mais do que em muitas outras cidades e o executivo também tem tratado essa questão com carinho. No entanto, é preciso que os três poderes coloquem essa 'carinho' mais em prática: a cidade precisa ter mais orgulho da sua parada", afirma Oswaldo.

Reivindicações para os homossexuais

Na reunião, o representante da Prefeitura de Juiz de Fora, Rogério Ghedin, que é secretário de políticas sociais, ouviu as reivindicações do MGM e prometeu que vai levar todas as questões ao executivo.

"O MGM precisa de uma ajuda. A demanda na cidade é grande e atualmente está nas nossas mãos, de uma organização não-governamental. O atendimento psicológico, capacitação de professores para lidar com o assunto, atendimento jurídico, incentivo à cultura entre gays, tudo, tudo mesmo, em Juiz de Fora é feito dentro do MGM", ressalta Marcos Trajano, diretor do movimento gay.

foto da reunião foto da reunião

A primeira reivindicação diz respeito a criação de um Centro de Referência para os homossexuais de Juiz de Fora - proposta aliás, que é determinação da Lei Rosa, mas em seus sete anos de existência, não foi cumprida.

Também foi sugerido ao executivo e legislativo municipal a criação do Dia de Combate a Homofobia, a extensão dos mesmos direitos de companheiros de servidores municipais heteros a companheiros homossexuais e a inclusão da Rainbow Fest no calendário oficial da cidade.