Quinta-feira, 21 de maio de 2009, atualizada às 19h

Polícia Militar aposta no trabalho preventivo para reduzir índices de criminalidade

Guilherme Arêas
Repórter

O policiamento comunitário nos bairros e na região central de Juiz de Fora foi discutido numa audiência pública na Câmara Municipal, realizada nesta quinta-feira, 21 de maio. Com o plenário praticamente lotado, o assunto chamou a atenção dos presentes. O número de inscritos da plateia, que na maioria das audiências públicas não atinge uma dezena, foi de 23. Líderes comunitários e moradores de diversos bairros da cidade cobraram a volta dos Postos de Policiamento Comunitário, os PPCs.

O subcomandante do 2º BPM, capitão Alexandre Nocelli, porém, declarou que no momento é inviável para a Polícia Militar reativar os postos policiais que já foram fechados. "Os PPCs são importantes do ponto de vista teórico e técnico, mas o efetivo e os recursos da polícia ainda não nos possibilitam a reabertura desses locais."

Conforme Nocelli, a solução para os problemas de segurança pública em Juiz de Fora e em todo o Brasil passa pelo aspecto sociológico. "Não vamos melhorar a segurança enquanto não revertermos os índices negativos da educação, da distribuição de renda e os indicadores sociais."

Como a solução apontada demanda políticas interdisciplinares, a Polícia Militar aposta na prevenção como a melhor forma de diminuir os índices de criminalidade em Juiz de Fora.

Crimes no centro diminuem 66% desde 2006

Durante a audiência pública, o responsável pelo policiamento no Centro da cidade, capitão Wallace Brandão Vidal, apresentou os números da criminalidade na região. De acordo com o levantamento, os crimes violentos caíram de 892, em 2006, para 303, no ano passado, o que representa uma queda de 66%. "O motivo é a mudança de foco", garante o capitão. O trabalho repressivo deu lugar à prevenção.

A estratégia também fez com que os policiais, que antes trabalhavam em duplas, passassem a agir sozinhos pelas ruas, através da implantação do programa "Se essa rua fosse minha". A nova postura foi adotada após um estudo completo sobre a situação do comércio no Centro. "Com o cruzamento de diversas informações, chegamos aos pontos críticos e colocamos policiais de forma inteligente", assegurou Brandão.

No estudo foram levantadas informações sobre os 64 bares, 20 hotéis, 20 pontos de táxi, 29 agências bancárias e caixas eletrônicos, além dos 12 bancos populares da região central, que não dispõem de qualquer sistema de segurança. "Alguns deles movimentam até R$ 300 mil e muitas vezes esse dinheiro sai dos bancos em envelopes comuns", revelou.

A expectativa para 2009 é de diminuir ainda mais os índices, sustentados basicamente pelo roubo a pedestres. A meta estabelecida é fechar o ano com o limite de 263 crimes violentos. Até agora já foram registradas 95 ocorrências. Em maio, o número superou a média mensal de 2009 e chegou a 22. Segundo a PM, a explicação está no indulto do Dia das Mães para os presos, quando naturalmente os índices de criminalidade aumentam.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes