Quinta-feira, 30 de janeiro de 2014, atualizada às 16h38

Sindicato descarta greve dos Correios em Juiz de Fora

Eduardo Maia
Repórter
Correios em greve

Funcionários dos Correios podem declarar uma nova greve nos próximos dias. A Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) discute, em Brasília, a garantia do plano de saúde, seguindo à regulamentação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em 2013. Em Juiz de Fora, os trabalhadores aguardam o retorno do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Comunicação Postal, João Ricardo Guedes, em viagem à capital federal, para convocar uma reunião da diretoria e, dependendo da deliberação, a convocação de uma assembleia.

A reivindicação dos trabalhadores é referente ao novo plano de saúde implantado pela Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). Em nota, a Fentect classifica o plano como ilegal, dizendo que o Boletim Técnico estabelece a validade de 180 dias do convênio médico na rede credenciada. A entidade ainda recomenda que os trabalhadores não assinem o recebimento até o dia 31, sexta-feira, e somente utilizem o benefício em "último caso", com a ressalva de que "a empresa descumpre a norma vigente".

A ECT afirma, em nota, que "os Correios estão cumprindo o que foi definido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no ano passado a respeito do plano de saúde da empresa: todos os benefícios estão garantidos, incluindo dependentes cadastrados, porcentagem de compartilhamento, não cobrança de mensalidade ou tarifas, rede credenciada e cobertura de procedimentos entre outros."

Zona da Mata

De acordo com o diretor de saúde e segurança do Sindicato da Zona da Mata e Vertentes, Geraldo França, deve haver, antes do estado de greve, um diálogo maior das entidades com a empresa. Dos 29 sindicatos filiados à Fentect, ele diz que a metade já optou pela greve, mas a outra parte ainda discute a questão em Brasília. "Neste momento ainda não tomamos uma decisão de entrar nesta greve. Infelizmente a federação é rachada. O grupo que definiu entrar em greve deveria estar em Brasília, discutindo com a empresa. Nós não estamos neste grupo. O João Ricardo vai chegar e definir como vamos conversar com a base. Estamos aguardando. A empresa está desrespeitando a cláusula 11 [do acordo], a greve é válida, mas tem que ter discussão", diz.

Efetivo

A nota divulgada pela ECT informa ainda a situação dos serviços das agências e entregas de correspondências nesta quinta-feira, 30 de janeiro. Segundo a empresa, os Correios em todo o Brasil estão funcionando normalmente com 96,12% do efetivo total da empresa trabalhando, o que corresponde a 121.515 empregados — a aferição de presença é realizada por meio de sistema eletrônico. Em Minas Gerais, apenas 2,47% do efetivo não compareceram ao trabalho hoje. "Todas as agências estão abertas, todos os serviços estão disponíveis e a entrega de cartas e encomendas está normal", diz a nota.

Ainda de acordo com a empresa, a maior parte dos 35 sindicatos dos Correios não decretou paralisação. São 20, entre eles os principais do País: São Paulo e Rio de Janeiro. Nas localidades em que as assembleias definiram por paralisação da última quarta, 29, a empresa diz que "não há adesão significativa ao movimento". A ECT assegura que nesses locais, os Correios já estão implantando seu plano de contingência e garantindo o funcionamento normal das atividades.

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