Catadores cobram a construção de um Centro de Triagem em JF

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Quinta-feira, 26 de maio de 2011, atualizada às 19h23

Catadores cobram a construção de um Centro de Triagem em JF

Jorge Júnior
Repórter

A criação de um Centro de Triagem para os profissionais da Associação Municipal dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis de Juiz de Fora (Ascajuf) foi cobrada em audiência pública, realizada nesta quinta-feira, 26 de maio, na Câmara Municipal de Juiz de Fora, a pedido o vereador Flávio Cheker (PT). "Quero ver esse centro antes de o apagar das luzes da atual administração."

A reivindicação é explicada porque, há quase um ano, a Prefeitura recebeu verba de R$ 200 mil da Fundação Banco do Brasil para a construção de um galpão, a ser construído em um terreno doado pela União, no bairro Santa Tereza. "Se não houver solidariedade e agilidade, nós vamos perder esse projeto", ressalta Cheker.

A secretária de assistência social, Tammy Claret, esclarece que o órgão está trabalhando para a realização do projeto e que uma reunião foi marcada com líderes da Ascajuf, representantes do legislativo e membros do executivo no dia 9 de junho. Segundo Tammy, a obra vai ser executada e vai custar cerca de R$ 365 mil.

Os catadores cobraram ainda a manutenção imediata do equipamento que faz o manuseio do material recolhido pelos trabalhadores no Centro de Compostagem no bairro Santa Cruz. De acordo com a presidente da Ascajuf, Janaína Aparecida Silva, o equipamento está quebrado há aproximadamente seis meses. Outros problemas também são apontados pela presidente. "Faltam recursos, infraestrutura e transporte. Os catadores estão tendo que transportar os próprios materiais." Atualmente a Ascajuf conta com o apoio de 35 associados, só em Juiz de Fora cerca de 5 mil pessoas trabalham em cooperativas de materiais reciclados.

Indignação

Indignada com a situação dos catadores na cidade, a representante da classe em Matias Barbosa, Luzia de Fátima, diz: "os catadores de papel não estão sendo valorizados, o executivo e o legislativo precisam dar mais importância aos trabalhadores. Precisamos dar as mãos para salvar o planeta."

"A situação está crítica, precisamos de mais atenção. A prefeitura não tem respeito conosco e nem com os nossos filhos", diz José Carlos Silva, que há 36 anos trabalha com a coleta de materiais.

Despesas

Janaína Aparecida comenta que atualmente os gastos para manter a associação são altos. "São gastos R$ 900 para o aluguel do galpão, R$ 140 são pagos na conta de luz, R$ 80 com a conta de água, além do gás. Essas despesas são complicadas de manter, porque o preço pago para os materiais reciclados estão cada vez mais baixos. Às vezes, ficamos sem receber para pagar o aluguel. Estamos vivendo com as migalhas que as pessoas dão para a gente."

Segundo o diretor-presidente do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Anselmo Fernandes da Silva, cerca de R$ 80 mil foram gastos com a associação em 2010 e a manutenção do equipamento também foi realizada pelo setor. Mas de acordo com a presidente, a associação desconhece essas verbas. "Para onde está indo esse dinheiro?", indaga.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken