Vassouras tamb?m podem ser ecologicamente corretas Produ??o de vassouras com garrafa pet contribui para preserva??o do meio ambiente, gera renda e emprego

Priscila Magalh?es
Rep?rter
Madalena Fernandes
Revis?o
16/10/2008

Em Juiz de Fora, as garrafas pet, que n?o s?o separadas por catadores ou pela popula??o em geral para a reciclagem, s?o levadas para o aterro sanit?rio, juntamente com restos de alimentos, pap?is, metais e outros materiais.

Preocupado com o destino dado ?s garrafas, e levando em considera??o o fato de o pet se decompor na natureza em um tempo superior a cem anos, o aposentado Alvair da Silveira iniciou pesquisas sobre a produ??o de vassouras a partir do material e implantou um projeto.

Com isso, incentivou amigos, conhecidos e familiares a separar o pet, contribuindo para que um menor n?mero de garrafas chegassem ao aterro. "Elas prejudicam a vida ?til do local, pois impermeabilizam as camadas", explica.

Al?m da preserva??o do meio ambiente, Alvair aponta outros benef?cios da produ??o, envolvendo quest?es econ?micas e sociais. Segundo ele, ? um projeto que contribui para a gera??o de emprego e renda. O custo de produ??o est? em torno de R$ 1,40 e as vassouras s?o vendidas a R$ 8. Outro benef?cio ? a economia da energia el?trica que seria utilizada na reciclagem do pet.

Foto do filetador Foto da guilhotina Foto da prensa

Al?m disso, Alvair diz que ? um projeto ideal para ser implantado pelo poder p?blico. As prefeituras iriam contribuir com a coleta do pet, gerariam emprego e renda para jovens em situa??o de risco social e n?o precisariam investir na compra de vassouras para escolas, hospitais e outros departamentos.

Ele confessa que o valor de mercado da vassoura pet ? mais alto que o da vassoura de pia?ava, por exemplo, mas defende seu projeto. "? um trabalho totalmente manual e quem consumir vai ganhar no benef?cio que promove para o meio ambiente", diz, referindo-se n?o somente ? reciclagem do pet, mas ? preserva??o da pia?ava, uma palmeira de onde as cerdas s?o retiradas. "Ela est? em extin??o", completa. Outro ponto positivo ? a qualidade. "Ela dura tr?s vezes mais que uma pia?ava, tem as cerdas firmes, n?o quebra e n?o se desmancha".

Colocando em pr?tica

At? a implanta??o do projeto, h? cerca de um ano e meio, Alvair pesquisou muito. "Tinha que acertar em todas as etapas da produ??o", justifica. As primeiras vassouras produzidas por ele eram muito artesanais e usavam o pet em toda a parte inferior. A pesquisa contribuiu para o aperfei?oamento. Hoje, ele usa a madeira, a lata e o pet.

No in?cio, Alvair usava cerca de 16 garrafas para produzir uma vassoura. Hoje, usa de dez a 14, dependendo do tamanho. Apesar de ter investido cerca de R$ 4 mil para viabilizar o projeto, ele n?o produz as vassouras em grande escala, mas somente por encomenda, em pequena quantidade.


Foto da latinha usada para prensar Foto da diferen?a de produtos Foto da diferen?a de tamanhos

Atualmente, ele se dedica a ensinar o processo de fabrica??o a outras pessoas, atrav?s de cursos, da venda de apostilas e dos equipamentos necess?rios para a produ??o, como filetador, prensa e guilhotina. As vendas se espalham por Rond?nia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, S?o Paulo, interior de Minas Gerais e regi?o metropolitana de Belo Horizonte. Ele comemora o sucesso e lamenta o fato de n?o ter recebido apoio algum em Juiz de Fora.

A implanta??o de uma f?brica para a produ??o das vassouras tem um custo m?dio de R$ 1.500, incluindo equipamentos e apostila. A produ??o di?ria depende da quantidade de funcion?rios. O n?mero ideal ? oito, suficiente para produzir 30 vassouras por dia.

Al?m de todos os benef?cios j? citados, Alvair se lembra de mais um. "Isso ? uma terapia. Se pudesse ficaria produzindo o dia todo".