Greve dos professores estaduais continua e Governo garante que paga o piso salarial nacional
*Colaboração
Os professores da rede estadual de Minas Gerais realizaram uma nova assembleia em Belo Horizonte, na tarde desta terça-feira, 28 de junho. A categoria decidiu por manter o movimento grevista. Já a secretária estadual de educação, Ana Lúcia Gazzola, afirma só negociar após o fim da greve e contesta o fato de o Estado pagar abaixo do piso nacional e garante que salários são superiores ao exigido. Uma assembleia regional será realizada nesta quarta-feira, 29 de junho, em Juiz de Fora.
Ana Lúcia comenta que o Governo de Minas paga o piso Nacional da Educação por meio do sistema de remuneração por subsídio. Ainda segundo a secretária, de janeiro a maio deste ano, foram realizadas dez reuniões com os representantes do Sind-UTE/MG.
De acordo com Ana Lúcia, o valor do piso nacional é de R$ 1.187 para uma jornada de trabalho de, no máximo, 40 horas. Segundo ela, em Minas Gerais a remuneração inicial no sistema de subsídio para um professor com formação em nível médio é de R$ 1.112 para uma jornada de 24 horas semanais. Para ela, o valor, se estabelecida a proporcionalidade conforme a lei, é 57,55% superior ao piso nacional.
Além disso, a secretária afirmou que espera o retorno da categoria às atividades para poder retomar as negociações e que as faltas estão sendo apuradas e não haverá pagamento antecipado dos dias parados.
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Segundo a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) local, Victória de Fátima de Mello, as declarações da secretária sobre o pagamento do piso não correspondem à realidade. "A Ana Lúcia está falando de uma lei sobre o pagamento de subsídio, o que representa o teto. Isso não tem nada a ver com o piso salarial. Não é verdade o que ela está falando e é preciso que ela conversa sobre o mesmo assunto que a categoria."
Assembleia e protesto
As declarações da secretária não intimidaram a categoria, que decidiu manter a greve por tempo indeterminado. "A secretária nos disse que só negocia quando voltarmos a trabalhar. Mas isso não intimida a gente porque ela não negociou antes de deflagrarmos o movimento. Portanto, essas declarações não têm importância para o sindicato", afirma a diretora do Sind-UTE local.
A categoria ainda realizou um protesto em frente ao Ministério Público, em Belo Horizonte, exigindo que a instituição cobre do governo o cumprimento da lei. "Queremos que o Ministério Público cobre do governo. O que reivindicamos é um direito nosso."
*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá
Os textos são revisados por Thaísa Hosken