O senador Carlos Viana (PL) anunciou a pré-candidatura ao Governo de Minas Gerais na última quarta-feira (6) e confirmou à Acessa.com que o primeiro compromisso oficial da pré-campanha ocorrerá em Juiz de Fora, na sexta-feira (15), junto com o presidente Jair Bolsonaro na Convenção da Igreja Assembleia de Deus Madureira, agenda sugerida por Carlos Viana, no dia em que ambos também participarão de uma motociata com apoiadores.

Há também, segundo o pré-candidato, a expectativa de que a campanha do atual presidente para a reeleição em agosto comece em Juiz de Fora, local em que Bolsonaro sofreu o atentado em 2018. A Acessa.com conversou com o vice-lider do Governo no senado por Minas Gerais.

Acessa.com: Em sua primeira publicação a respeito da pré-candidatura, o senhor fala sobre a necessidade de recolocar Minas Gerais no caminho do crescimento. Como o senhor vislumbra esse trajeto?

Pré-candidato Carlos Viana: O primeiro passo é reorganizarmos o esquema de produção no Estado para aumentar a arrecadação. Eu chamo isso de Inteligência produtiva, você reorganizar o Estado de forma a  atrair novos investimentos e que não seja só uma fábrica de cerveja, para a gente ficar se ajoelhando, agradecendo. É um investimento que é importante, mas é muito pequeno diante do tamanho de Minas. Precisamos identificar as potencialidades de cada região. Cada uma das Minas Gerais, das macrorregiões tem uma vocação própria e o Estado precisa ser um indutor de crescimento delas, não pode atrapalhar ninguém. Cada região de Minas hoje precisa de um planejamento. Essa é a primeira leitura que eu faço. A segunda é começarmos a nos livrar da dependência da mineração que é grande demais e tem data para acabar. O minério, em breve, não será nossa primeira fonte de renda. Precisamos preparar o Estado para isso.

Acessa.com: E quais outros passos o senhor considera relevante para atingir esse objetivo?

Pré-Candidato Carlos Viana: O outro passo é reorganizar as dívidas do Estado, porque precisamos voltar a ter capacidade de investimento. O déficit hoje  é 12% maior do que o que foi deixado pelo Governo Fernando Pimentel, inclusive, isso engessa por completo as contas públicas.

Acessa.com: Como o senhor pretende dialogar com os mineiros?

Pré-Candidato Carlos Viana: Os mineiros sempre foram muito exigentes com quem se dispõe a governar e eu quero chamar a atenção das pessoas para os assuntos que realmente interessam a nós. Hoje os atuais pré-candidatos são hábeis em ‘despistar’ e em conseguir chamar a atenção para o que não interessa. Não interessa para as pessoas se eu lavo prato em casa. Isso é um problema meu e da minha esposa. É minha obrigação ajudar. O que interessa para as pessoas é como nós vamos fazer para melhorar o ensino público, dar aos jovens melhores condições de trabalho para que as famílias possam ter mais renda. O que interessa aos mineiros é como vamos melhorar as estradas estaduais que estão um desastre. O que interessa é como nós vamos reorganizar as regiões de saúde pública, para que a gente possa ter um atendimento mais rápido e por menos custo para o contribuinte. O que interessa é como fazer para que o emprego volte em maior quantidade. A minha comunicação com as pessoas é levar minhas propostas e as minhas ideias e visitar as várias regiões, como eu tenho feito, para ouvir as pessoas. Já visitei mais de 400 municípios. Em cada visita que faço, eu descubro os desafios que cada região tem e ouço das pessoas quais são as soluções.

Acessa.com: Qual é o papel da Zona da Mata na sua estratégia?

Pré-Candidato Carlos Viana: A Zona da Mata ficou muito prejudicada por conta da guerra fiscal. Várias empresas atravessaram o Paraibuna e se instalaram no Rio de Janeiro, o que gerou um prejuízo muito grande. Com a proximidade do Rio de Janeiro e do porto, a região precisa passar,  primeiramente, por uma revitalização das estradas. As estradas estaduais que ligam Juiz de Fora ao Sul de Minas estão muito ruins e nós precisamos de um novo plano de desenvolvimento. Porque são vários os distritos industriais, é uma região que tem vocação para a Indústria. É diferente por exemplo do Norte, do Jequitinhonha, da Região Metropolitana, nesses pontos há outras demandas. A Zona da Mata estagnou e precisamos fazer com que os distritos industriais voltem a receber os investimentos, dentro de uma reorganização tributária em Minas.

Acessa.com: Qual é a relevância do alinhamento da sua candidatura com a do pré-candidato a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro?

Pré-Candidato Carlos Viana: Desde o início, quando o meu nome começou a ser ventilado, o presidente deixou claro que tentaria um acordo para que a direita em Minas estivesse unida. Eu concordo plenamente, acho que realmente precisamos que a direita vença, não quero a esquerda de volta ao poder no nosso país, isso seria um desastre. Agora, o Partido Novo fez questão de não querer o apoio de Bolsonaro. Eles deixaram claro que não há palanque para ele em Minas. Se ele quisesse,  teria que aceitar as condições deles. Foi isso o que aconteceu. Eles vieram empurrando, postergando um acordo, uma tratativa e deixando o presidente sem ter palanque em Minas. O Bolsonaro tem de 25% a 30% dos votos no Estado e, para mim,  esse alinhamento dentro do meu público é fundamental.

Foto: Divulgação/ Redes sociais do senador Carlos Viana

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