Principal barreira ainda é o preconceito

Dia Internacional da Síndrome de Down reforça a luta pela inclusão social dos portadores

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Existem hoje, cerca de 300 mil pessoas vivendo com Síndrome de Down no Brasil. Além de todos os desafios diários, os portadores da síndrome ainda necessitam superar as barreiras do preconceito para poderem ter uma vida plena. Diferentemente do que se pensava há alguns anos atrás, as pessoas que vivem com a síndrome podem ter uma vida normal, como qualquer pessoa, trabalhando, estudando e tendo relacionamentos amorosos. A independência no cotidiano e a sua inclusão social já são realidade para boa parte dessas pessoas, mas ainda há muito que se avançar. 

Nesta terça-feira, dia 21, é celebrado, em todo mundo, o Dia Internacional da Síndrome de Down.  A data serve como forma de relembrar e fortalecer os esforços para melhorar a qualidade de vida de pessoas com a trissomia e encorajar familiares e organizações na promoção de ações visando a conscientização sobre a síndrome de Down perante a sociedade.

A inclusão social destas pessoas é parte fundamental para que elas possam se desenvolver e construir uma vida ativa e saudável. Situações corriqueiras para a maioria da população, como educação e mercado de trabalho, ainda são um tabu para essa parcela da sociedade. 

Em Gaspar, a Apae realiza um trabalho de acompanhamento e apoio às famílias com a síndrome. A coordenadora da escola de Gaspar, Adriana Avila, revela que a sociedade vem avançando, mas ainda há muito o que melhorar. "Quem possui deficiência é a sociedade e não o indivíduo. Quem convive com pessoas com a síndrome de Down sabe que eles podem fazer tudo que qualquer pessoa pode fazer", garante. 

A coordenadora explica que a Apae trabalha o estímulo precoce e outros elementos do cotidiano, possibilitando ao estudante maior independência nas situações do dia a dia. "O estímulo precoce acontece com alunos de 0 à 5 anos. Além disso, desenvolvemos o trabalho funcional, quando abordamos situações corriqueiras, como se vestir, trabalhos domésticos e até diálogos e conversas. Tudo para que eles estejam adaptados à conviver em sociedade", disse. 

Esse trabalho já apresenta bons resultados. Ricardo César Ayroso é portador da síndrome e trabalha há quatro anos em uma das redes de supermercado de Gaspar. Ele atua como empacotador e, com sua ocupação, consegue auxiliar na renda familiar e ter mais independência. Segundo os colegas de Ricardo, o funcionário é muito dedicado e esforçado, por ser comunicativo, Ricardo conquistou o carinho de clientes e colegas de trabalho. 
A síndrome de Down é uma condição causada por um cromossomo extra no par 21.Essa alteração surge no momento da concepção, fazendo com que as pessoas com síndrome de Down, tenham 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.