Cinoterapia
A terapia assistida por c?es ajuda crian?as, adolescentes
e idosos a superarem seus limites

Renata Cristina
*colabora??o
15/06/2005

A psic?loga especialista em cinoterapia, Samira Rocha, fala sobre a a??o ben?fica dos animais durante as sess?es de terapia. Clique e assista!



? primeira vista, quem desconhece o termo cinoterapia pode se questionar sobre o significado da palavra e logo pensar em uma esp?cie de terapia com sinos! Ou ent?o, quando se ? explicado que essa ? uma forma de terapia que utiliza o c?o como co-terapeuta pode haver uma confus?o ainda maior: ser? que os c?es se transformaram em psic?logos?

Vamos explicar ent?o: na verdade, esse m?todo utiliza o c?o durante as sess?es de an?lise, devidamente acompanhados de um profissional. M?dicos, psic?logos, assistentes sociais e veterin?rios acreditam na capacidade desses animais de despertar emo?es comunicativas no ser humano, facilitando o processo de auto-conhecimento. Portanto, vulgarmente falando, o c?ozinho poderia ser considerado um assistente de psic?logo!

? exatamente o que acontece com Nino, o c?o da ?nica terapeuta que utiliza a t?cnica em Juiz de Fora, Samira Rocha (foto ao lado). De acordo com a profissional, a cinoterapia ? indicada no tratamento de crian?as e adolescentes com dificuldades de sociabiliza??o e comunica??o, assim como o autismo ou a agressividade. "O c?o ? uma ponte entre a crian?a, o adolescente e o terapeuta. Durante a intera??o com o animal s?o quebradas as barreiras", garante Samira.

A t?cnica ? indicada ainda para o tratamento de comportamentos indesejados, como medos e fobias, al?m de traumas, como ? o caso v?timas de abuso sexual. A psic?loga explica que nesse tipo de situa??o a crian?a tende a tornar-se retra?da e o c?o a auxilia a expressar sentimentos e emo?es contidas. "O c?o atua como "co-entrevistador", ou seja, as perguntas seriam dirigidas a crian?a, de forma l?dica, em nome do c?o, tornando o processo de entrevista mais tranq?ilo e interessante para a crian?a".

O m?todo ? v?lido para todas as idades e circunst?ncias, mas no caso de idosos os resultados s?o tamb?m bastante satisfat?rios. "Dificilmente, esses pacientes t?m contato t?til freq?ente. O c?o ir? estimular o carinho, a afetividade, justamente no momento em que s?o fortes os momentos de lembran?a da hist?ria de vida".

Import?ncia do preparo
Samira destaca a import?ncia de se disting?ir entre a atividade assistida por animais da terapia. "Para a atividade, n?o ? necess?rio um terapeuta, ou seja, voc? pode levar um c?o em uma creche ou asilo com alguma programa??o espec?fica. N?o ? uma atividade voltada para uma pessoa determinada e n?o se faz registros exatos das visitas, assim como n?o h? planejamento de tempo".

J? com a cinoterapia ? preciso que haja um m?todo e um profisional qualificado, baseado em estudos cient?ficos. "Ela precisa atender os seguintes requisitos: para cada indiv?duo s?o formulados objetivos precisos a serem alcan?ados. O processo deve ser documentado e posteriormente avaliado. Qualquer outro projeto que n?o satisfa?a esses crit?rios ? uma atividade assistida por animais", define.

Ainda asim, o c?o deve ser domesticado e preparado para estimular o resultado desejado. Atualmente, a psic?loga trabalha com quatro c?es com personalidades totalmente distintas. No caso de Nino, que ? um c?o am?vel e tranq?ilo, ele pode auxiliar no tratamento de crian?as com problemas de hiperatividade, por exemplo. J? os c?es mais brincalh?es e agitados s?o indicados para crian?as ou adolescentes t?midos, com dificuldades de sociabiliza??o. "Alguns dos pacientes chegam calados e saem falando alto, contando para suas m?es as novidades daquele dia. Tudo isso gera surpresa por parte delas", revela.

Outro ponto importante, est? na higiene desses animais. Um dia antes das sess?es eles tomam banho, cortam a unhas e se necess?rio, s?o tosados. Samira explica que eles precisam da limpeza para tornar o encontro mais agrad?vel e insento de riscos para a sa?de.

Origem da terapia com animais
E, ao contr?rio do que muita gente pensa, a terapia com animais n?o ? inven??o da modernidade, n?o! Segundo estudiosos do assunto, a comunidade cient?fica come?ou a estudar essa categoria a partir da d?cada de 60. Em 1972, uma institui??o inglesa para doentes mentais j? introduzia animais como alternativa de tratamento para seu pacientes. No entanto, no s?culo XIX, na Alemanha, em um centro para epil?ticos com mais de 5 mil pacientes, era oferecida uma equita??o terap?utica.

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    *Renata Cristina ? estudante do 8? per?odo da Faculdade de Comunica??o da UFJF