Vasco supera gol contra, bate Flu nos pênaltis e pega Corinthians na final

Por IGOR SIQUEIRA

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O Vasco levou a melhor sobre o Fluminense nos pênaltis (4 a 3) e está na final da Copa do Brasil contra o Corinthians.

O time do técnico Fernando Diniz se deu bem, mesmo após perder por 1 a 0 no tempo regulamentar do jogo de volta do confronto pelas semifinais.

O goleiro Léo Jardim defendeu duas cobranças (de John Kennedy e Canobbio), e o pênalti da classificação foi convertido por Puma Rodríguez.

O jogo só chegou aos pênaltis porque teve um gol contra bizarro do lateral-direito Paulo Henrique. No jogo de ida, no mesmo Maracanã, o Vasco tinha vencido por 2 a 1.

O Vasco não chegava em uma final de Copa do Brasil desde 2011, quando foi campeão do torneio pela única vez até neste domingo (14).

Ao longo da campanha, o Vasco também passou por União Rondonópolis, Nova Iguaçu, Operário-PR, CSA, Botafogo. Chegar à final da Copa do Brasil significa assegurar, no mínimo, mais R$ 33 milhões em premiação. Esse é o valor pago a quem for vice-campeão.

O jogo de ida da final será na próxima quarta-feira, na Neo Química Arena, em São Paulo. A volta será domingo, no Rio.

MAIS UMA FESTA BONITA

O clássico com torcida mista no Maracanã mais uma vez trouxe cenas espetaculares na arquibancada.

A torcida do Flu, inclusive, levou um bandeirão que cobriu todo o setor Sul na entrada dos times em campo. Tudo embalado pelo espírito "vamo virar, Nense".

PRIMEIRO TEMPO DO GOL CONTRA

Foi um primeiro tempo cruel para o Vasco. Mesmo com o Fluminense tomando iniciativa e precisando virar o duelo no agregado, foi o Vasco quem teve as chances mais claras de gol.

Fábio fez pelo menos duas defesas de alto nível, em chutes de Andrés Gómez e Rayan (falta).

O Vasco até se defendia bem e conseguia escapar em velocidade, fazendo valer a formação com jogadores mais móveis na frente.

O Fluminense partiu de um jogo meio atabalhoado para uma fluência mais efetiva pelo lado direito de ataque, com Samuel Xavier e Canobbio.

Foi assim que nasceu o gol. Mas só nasceu, porque quem concretizou mesmo foi o lateral-direito Paulo Henrique, do Vasco.

O cruzamento rasteiro de Canobbio encontrou o desvio de Everaldo. Bola na trave!

No rebote, PH fez toda a força para isolar a bola. Mas ele pegou todo errado nela. Quase inexplicavelmente, mandou para o próprio gol. Um dos lances mais bizarros da temporada.

E o abatimento e o desespero do lateral foram imediato, ao ver a direção para a qual a bola foi.

Logo em um ano no qual foi eleito o melhor da posição no Brasileirão e chegou à seleção brasileira.

E DEPOIS?

Conhecendo bem o clássico e o ambiente, Diniz voltou para o intervalo com um gesto em direção à torcida do Vasco, pedindo ainda mais apoio. A galera cruz-maltina correspondeu.

Do outro lado, parte dos tricolores xingou o técnico campeão da Libertadores 2023: "Ei, Diniz, VNTC".

O Vasco usou a mesa estratégia do jogo de ida, quando também estava perdendo por 1 a 0, de aumentar a intensidade na etapa final.

E aí o duelo Rayan x Fábio voltou a aparecer mais duas vezes antes dos 10 minutos da etapa final. Primeiro com um chute dentro da área, em um contra-ataque, e depois em uma cabeçada na qual o goleiro de 45 mais uma vez mostrou agilidade e posicionamento.

O Fluminense tentou se reorganizar com Ganso e John Kennedy, além da substituição que Zubeldía fez no intervalo, tirando o amarelado Nonato e colocando Bernal.

O jogo teve uma queda de ritmo, mas os lances com mais cara de gol ainda eram do Vasco. Em uma jogada na área, por exemplo, Rayan armou o chute, mas Thiago Silva tirou na hora H.

Vegetti, que decidiu o jogo anterior, entrou aos 27 minutos do segundo tempo. Será que o enrdedo se repetiria?

A partir dali, o Fluminense também teve algumas escapadas perigosas. A principal com Serna, mas ele tentou um drible a mais e tomou decisões completamente erradas já na área.

O jogo se desenhou rumo aos pênaltis. E assim aconteceu, a exemplo da outra semifinal, entre Corinthians e Cruzeiro.

E NOS PÊNALTIS?

Thiago Silva abriu as cobranças do Flu e acertou. Mas logo na primeira batida, Fábio defendeu o chute de Vegetti ? logo ele, que tinha feito o gol da vitória na ida.

Mas John Kennedy perdeu para o Flu, com defesa de Léo Jardim. Coube a Rayan empatar a disputa.

Ganso acertou o dele. Victor Luís também. Renê acertou, Coutinho botou no ângulo. E aí veio Canobbio. Bateu no meio, e Léo Jardim defendeu. Coube a outro uruguaio, Puma, converter e classificar o Vasco.

FLUMINENSE

Fábio, Samuel Xavier (Guga), Thiago Silva, Freytes e Renê; Martinelli (Otávio), Nonato (Bernal) e Lucho Acosta (Ganso); Canobbio, Kevin Serna e Everaldo (John Kennedy). T.: Luís Zubeldía.

VASCO

Léo Jardim, Paulo Henrique (Victor Luís), Cuesta, Robert Renan e Puma Rodríguez; Barros, Thiago Mendes (Hugo Moura) e Coutinho; Nuno Moreira (Vegetti), Andrés Gómez (Matheus França) e Rayan. T.: Fernando Diniz

Batedores do Flu:

Thiago Silva, John Kennedy (x), Ganso, Renê, Canobbio (x)

Batedores do Vasco: Vegetti (x), Rayan, Victor Luís, Coutinho, Puma

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO)

Assistentes: Rodrigo Figueiredo Correa (Fifa-RJ) e Bruno Pires (Fifa-GO)

Cartões amarelos: Samuel Xavier, Lucho Acosta, Nonato, Everaldo, Serna, Canobbio (FLU); Andrés Gómez, Cuesta, Paulo Henrique (VAS)

Gols: Paulo Henrique, contra, 35'1ºT (1-0)