Presidente do Conselho do São Paulo representa diretor e ex de Casares
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, Olten Ayres enviou uma representação ao Conselho de Ética da casa contra os dois diretores envolvidos no escândalo de camarote.
O documento pede a instauração de pedindo a abertura de processo disciplinar para apurar um suposto esquema de comercialização irregular de camarotes e ingressos no Morumbis.
O diretor adjunto de base Douglas Eleuterio Schwartzmann e Mara Casares, ex-esposa do presidente Julio Casares, são os envolvidos e pediram afastamento de seus cargos.
Agora, o documento segue à Comissão de Ética, presidida por Antônio Maria Patiño e composta também por José Edgard Galvão, Luiz Augusto Braga, Marcelo Felipe Neli e Milton José Neves Júnior. Patiño selecionará dois deles para integrar o posto avaliador.
A ação de Ayres se dá um dia depois do pronunciamento público de Casares, que cobrou "rigor" em investigação interna e afirmou que "não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político".
O próprio Casares, na noite desta terça-feira (16), enviou uma carta a Olten Ayres formalizando um pedido de encaminhamento da questão para o Conselho de Ética.
RELEMBRE O CASO
O episódio veio a público após a divulgação de um áudio pelo ge. Na gravação, Douglas Schwartzmann, diretor adjunto das categorias de base, conversa com Mara Casares -ex-esposa do presidente Julio Casares e, à época, diretora feminina, cultural e de eventos do clube- sobre a comercialização de ingressos de um camarote para o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro.
Após a repercussão do material, ambos foram afastados de suas funções. No áudio, Schwartzmann admite que a operação teria ocorrido de maneira clandestina, afirma que Márcio Carlomagno -superintendente geral do clube no CT da Barra Funda, apontado internamente como o "braço direito" de Julio Casares e nome forte da situação política para a eleição presidencial de 2026- tinha conhecimento dos fatos e demonstra preocupação com eventuais punições e com o impacto político do caso dentro do São Paulo.
O camarote citado é o 3A, localizado no setor leste do estádio e registrado nos sistemas internos como "sala da presidência". Segundo as apurações, Mara Casares teria recebido de Carlomagno o direito de uso do espaço e repassado o camarote para exploração comercial durante o show. A venda dos ingressos ficou a cargo de Rita de Cássia Adriana Prado, que teria arrecadado cerca de R$ 132 mil, com entradas negociadas por valores de até R$ 2.100.
A situação ganhou contornos judiciais após Rita de Cássia acionar uma empresa parceira, alegando apropriação indevida de ingressos sem o pagamento correspondente. Com o registro de Boletim de Ocorrência e a abertura de processo, Douglas Schwartzmann e Mara Casares teriam passado a pressioná-la para que retirasse a ação.
Em contato com o UOL, Schwartzmann negou todas as acusações. O diretor afirmou que sua participação no episódio foi pontual, com o objetivo exclusivo de evitar que um conflito entre particulares gerasse desgaste institucional ao São Paulo, e disse ter optado por um afastamento temporário para permitir que as apurações ocorram com tranquilidade.
