Paris comemora discretamente sexto título do PSG no ano

Por ANDRÉ FONTENELLE

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) - No momento em que o Paris Saint-Germain venceu a disputa por pênaltis contra o Flamengo em Doha, havia milhares de pessoas no entorno do Parque dos Príncipes, estádio onde o time francês manda seus jogos. Mas não era por causa da decisão da Copa Intercontinental, nem eram os torcedores do PSG.

Era a torcida do rival parisiense, o Paris FC, entrando no estádio Jean Bouin, literalmente do outro lado da rua, para assistir ao jogo contra o Barcelona, pela Liga dos Campeões feminina. Apenas 50 metros separam os estádios do PSG e do PFC, ambos atualmente na primeira divisão francesa.

Ao contrário do ocorrido na final da Champions League (goleada de cinco a zero sobre a Internazionale, da Itália), não houve carreatas e fogos de artifício por toda a capital francesa. O Parque dos Príncipes estava fechado e às escuras.

A decisão em Doha foi tratada, porém, com importância pelo clube francês e pela imprensa local --afinal, valia o sexto título de 2025 para o PSG, campeão francês, da Champions League, da Copa da França, da Supercopa da Europa e do Troféu dos Campeões, a supercopa francesa. "Paris no sexto céu" foi o título do site do jornal esportivo L'Équipe.

A partida foi transmitida na TV aberta pelo canal M6 e na TV por assinatura pelo canal BeIn Sports, que pertence a um grupo catari presidido por Nasser Al-Khelaïfi, também presidente do PSG.

O ex-ídolo do PSG Raí foi convidado especial da transmissão do BeIn Sports. Respondendo à inevitável pergunta sobre para quem iria torcer, foi diplomático. "O Flamengo é do Rio e eu sou mais de São Paulo, mas eu sou brasileiro, [o Flamengo] representa o Brasil, então eu estou um pouco dividido."

No final da transmissão, Raí já não estava no estúdio. Ele é embaixador do Paris FC e acompanha assiduamente as partidas das equipes masculina e feminina do rival local do PSG.

Durante a transmissão, os comentaristas franceses elogiaram a disciplina do time brasileiro na marcação, embora tenham criticado em alguns momentos o excesso de força nas faltas. "Eles me surpreenderam, esses brasileiros. Achei que eles fossem mais lentos", disse o ex-zagueiro Luis Fernandez, que na Copa de 1986 cobrou o pênalti que eliminou o Brasil.

No segundo tempo, o comentarista Grégory Paisley pediu a expulsão de Saúl, no lance em que o espanhol do Flamengo tomou cartão amarelo por um carrinho em Nuno Mendes.

O narrador Philippe Genin lamentou o gol perdido por Marquinhos, na pequena área, no último lance do tempo regulamentar. "Ai, ai, ai, ele esteve perto. Imagine passar de cometer o pênalti ao gol da vitória."

O herói, evidentemente, foi o goleiro russo Matveï Safonov. "Pouco exigido durante o jogo, ele foi brilhante durante a sessão de pênaltis", resumiu o L'Équipe.