Copa do Brasil: como é regra que impede nova invasão corintiana no Maracanã
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Corinthians terá o apoio de 4 mil torcedores contra o Vasco, no Maracanã, pelo jogo de volta da final da Copa do Brasil, no domingo, às 18h. O número é bem menor do que os supostos 70 mil que invadiram o mesmo estádio em 1976, contra o Fluminense, pela semifinal do Brasileirão. Uma regra explica o motivo de não haver uma nova invasão.
A REGRA QUE IMPEDE INVASÃO
A torcida do clube visitante pode ocupar 10% da capacidade do estádio, no máximo. A regra fazer parte do Regulamento Geral de Competições da CBF.
"O Clube visitante terá o direito de reservar à sua torcida a quantidade máxima de ingressos correspondente a 10% da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até 3 dias úteis antes da realização da partida, por meio de ofício dirigido ao Clube mandante, obrigatoriamente com cópia às Federações envolvidas e à DCO", diz o artigo 128 do Regulamento Geral de Competições da CBF.
A negociação do percentual de entradas destinadas aos times visitantes é feita entre os times envolvidos. No caso de Corinthians e Vasco, não houve apego em uma porcentagem rigorosamente igualitária entre as partes.
Os 4 mil corintianos presentes no Maracanã preencherão cerca de 5,1% do estádio. Na ida, na Neo Química Arena, cerca de 2.560 vascaínos estiveram presentes em Itaquera, ocupando 5,2% da casa corintiana.
A INVASÃO CORINTIANA
Fluminense e Corinthians tiveram público dividido no Maracanã naquele 5 de dezembro de 1976. Dos 146 mil torcedores presentes, cerca de 70 mil eram corintianos, segundo jornais da época. Tais números são bastante contestados pelos tricolores.
Àquela altura, o Corinthians já convivia com o jejum de 22 anos sem títulos e ainda buscava sua primeira taça do Brasileirão.
O deslocamento em massa de corintianos rumo ao Rio fez o extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem criar a "Operação Corinthians". O movimento na Via Dutra, que liga SP e RJ foi muito maior do que o normal.
Uma provocação aumentou mais ainda o interesse na invasão. Francisco Horta, então presidente do Fluminense, mostrou confiança na equipe e cutucou os torcedores rivais antes do duelo.
"Que os vivos saiam de casa e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã, porque o Fluminense vai ganhar a partida", disse Francisco Horta.
Essa fala acabou servindo para promover ainda mais a partida. Esse era o intuito de Francisco Horta, que, em entrevistas, revelou que levou carga importante de ingressos disponíveis para São Paulo.
O Jornal do Brasil relatou, na época, que foram 40 mil bilhetes, sendo 35 mil arquibancadas e cinco mil numeradas. Os ingressos esgotaram em menos de três horas.
Com a bola rolando, Fluminense e Corinthians empataram por 1 a 1. A decisão na vaga da final do Brasileirão foi decidida nos pênaltis ? melhor para os paulistas, que avançaram com brilho do goleiro Tobias. A equipe viria a perder a decisão para o Internacional.
A nova onda da invasão é esperada na final da Copa do Brasil, mas o Corinthians já disputou outros duelos decisivos no Maracanã: o Mundial de 2000, além de outra final do mata-mata nacional, em 2022, contra o Flamengo.
A divulgação por parte do Timão tem sido no clima da invasão. Logo após o apito final no jogo de ida, os telões da Neo Química Arena diziam: "Chegou a hora, vamos invadir o Rio!".
