Homem que desarmou atirador na Austrália recebe R$ 9 milhões em vaquinha
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O homem que desarmou um dos atiradores responsáveis pelo atentado na praia de Bondi, em Sidney, na Austrália, recebeu ontem cerca de R$ 9 milhões de uma vaquinha organizada para ele.
Dinheiro foi doado por mais de 43 mil pessoas de todo o mundo. Refugiado sírio, dono de uma loja de frutas e pai de dois filhos, Ahmed al Ahmed, 42, levou dois tiros ao desarmar um dos atiradores.
Ahmed recebeu um cheque das mãos do influenciador Zachery Dereniowski. Foi ele o responsável por organizar a vaquina no site GoFundMe, que recebeu doações do bilionário americano Bill Ackman, da comediante Amy Schumer e do rapper australiano Charlton Howard, conhecido como Kid Laroi.
Ao receber o dinheiro, ele perguntou: "Eu mereço isso?". "Cada centavo", respondeu o influenciador. Um vídeo compartilhado por Zachery mostra o momento da entrega do cheque ao comerciante, que ainda está internado no hospital. Ahmed citou a importância da união e afirmou que salvou as pessoas de coração. "Era um dia lindo, todos estavam se divertindo e comemorando, com seus filhos, mulheres, homens, adolescentes, todos estavam felizes e mereciam, mereciam aproveitar", disse.
As imagens que mostram Ahmed lutando contra um dos atiradores foram amplamente compartilhadas nas redes sociais. Nos vídeos, é possível ver um dos atiradores atrás de uma palmeira, apontando e atirando em direção a um alvo. Ahmed pula em direção ao agressor e o derruba no chão. Ele consegue tomar a arma do atirado e aponta a arma para ele.
Ele recebeu a visita do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. O premiê afirmou que o refugiado sírio tem uma coragem inspiradora. "Ahmed, você é um herói australiano. Você se colocou em risco para salvar outras pessoas. (...) Em nome de todos os australianos, eu digo obrigado".
O ataque a tiros ocorreu durante uma celebração judaica no último domingo. O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirma que o crime foi planejado para atingir a comunidade de judeus de Sydney.
Pai e filho abriram fogo e mataram 15 pessoas. Outras 40 pessoas ficaram feridas. Mais de 40 ambulâncias foram mobilizadas para a ocorrência e dois policiais estão entre os feridos.
O atirador de 50 anos morreu no local do ataque durante confronto com a polícia. O filho dele, 24, foi internado e teria acordado do coma na terça-feira. Ele foi acusado de terrorismo e homicídio.
Vídeo gravado por uma testemunha mostra dois homens armados. Nas imagens, eles aparecem vestindo camisas pretas e disparando tiros de uma ponte em um estacionamento na praia. Nas imagens, é possível perceber sirenes e gritos.
A vítima mais jovem do atentado, uma menina de dez anos, foi enterrada no país. A família de Matilda, que pediu para a imprensa não divulgar seu sobrenome, havia deixado a Ucrânia para se estabelecer na Austrália na década de 2010.
Principal linha de investigação é de que ataque em Sydney foi terrorista e inspirado pelo Estado Islâmico. A polícia também informou que o veículo, registrado em nome do jovem, continha artefatos explosivos improvisados e duas bandeiras caseiras associadas à organização considerada terrorista pela Austrália e muitos outros países.
Estado Islâmico chama ataque a tiros na Austrália de "fonte de orgulho". Apesar disso, o grupo não reivindicou autoria de atentado. A afirmação foi feita em um artigo publicado no canal no Telegram.
