Mulher ?tropeça? em tesouro com 2.000 moedas medievais na República Tcheca
SÃO PULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Durante uma caminhada na turística cidade de Kutná Hora, na República Tcheca, uma mulher "tropeçou" em um tesouro com mais de 2.000 moedas medievais de prata, enterradas há cerca de 900 anos, segundo divulgado pelo Instituto de Arqueologia da Academia Tcheca de Ciências à imprensa internacional.
Mulher europeia encontrou 2.150 denários -moedas usadas na Roma Antiga- enterrados em um vaso de cerâmica danificado. As pratas, entregues a autoridades locais após a descoberta, foram cunhadas entre 1085 e 1107, produzidas em Praga e importadas para a histórica região da Boêmia, conforme estimam pesquisadores do Instituto de Arqueologia da Academia Tcheca de Ciências (Arup, na sigla original).
Achado é uma das maiores descobertas arqueológicas dos últimos 10 anos, segundo historiadores. O arqueólogo Filip Velímský, do Arup, afirmou que o tesouro foi escondido durante um período de instabilidade política, conforme divulgado por revistas científicas internacionais e canais norte-americanos como a Fox News.
Moedas podem ter sido enterradas para pagamentos pós-guerra, segundo o instituto. "À época, havia disputas no país entre os membros da dinastia P?emysl pelo trono principesco de Praga", afirmou Velímský. De acordo com a Arup, as batalhas eram comuns durante esse período e o enterro das pratas pode ter ocorrido "para pagamento de salários ou espólios de guerra".
Arqueólogo ressaltou que o valor das moedas antigas era "inimaginável" para a época. "Infelizmente, para a virada do século 11 ao 12, não temos dados sobre o poder de compra em relação às moedas contemporâneas", disse Velímský. "Mas era uma quantia enorme, inimaginável -e ao mesmo tempo, inacessível- para uma pessoa comum. Pode ser comparada a ganhar um milhão na loteria", acrescentou.
Descoberta ocorreu em 2024 e, desde então, historiadores trabalham no processamento das moedas. O processo inclui submetê-las a raios X, determinar o material do qual são feitas, catalogá-las e restaurá-las, segundo a Arup.
A expectativa é que o tesouro seja apresentado ao público em breve. Por meio de uma exposição, o instituto pretende apresentar, a partir das moedas descobertas, um retrato da história tcheca no século 12.
