Congresso acusa Trump de violar lei ao reter arquivos do caso Epstein

Por Folhapress

BRASILIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - A Comissão de Supervisão do Congresso dos Estados Unidos acusa o governo Donald Trump e o DoJ (Departamento de Justiça) de violarem a lei federal por reter arquivos da investigação sobre Jeffrey Epstein, bilionário morto em 2019 condenado por tráfico sexual.

Parlamentares dizem que o Departamento de Justiça desafia Congresso ao esconder documentos e prometem acionar a Justiça. Segundo a nota oficial, a administração estaria encobrindo provas e se recusando a cumprir uma intimação da comissão. A comissão afirma que o órgão, além de ignorar o Congresso, tem dado "tratamento de estrela" à cúmplice de Epstein, Ghislaine Maxwell, que está presa por envolvimento no esquema de exploração sexual de menores.

No texto, os parlamentares afirmam que estão analisando "todas as opções legais diante da violação da lei federal" e reforçam o direito das vítimas à justiça. "Os co-conspiradores precisam ser responsabilizados, e o povo americano merece total transparência."

A declaração foi divulgada no mesmo dia em que termina o prazo legal para que o governo Trump libere os arquivos da investigação. Em novembro, o próprio ex-presidente sancionou a "Lei de Transparência dos Arquivos de Epstein", após mudança de postura no Congresso. Ele alegou que a divulgação poderia expor aliados do Partido Democrata.

Há muito tempo a divulgação é exigida por um público que deseja entender a ligação entre o criminoso e outras personalidades poderosas. Trechos de documentos já revelados na imprensa mostraram que famosos e políticos participaram das polêmicas festas do empresário. Personalidades como Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz, Cate Blanchett, Bruce Willis, Kevin Spacey, George Lucas e Naomi Campbell foram citados, mas nenhum deles foi acusado pela prática de crimes.

Fotos também apontaram a relação entre Epstein e pessoas influentes. Trump, o ex-presidente Bill Clinton, o cineasta Woody Allen, o estrategista Steve Bannon, ex-assessor de Trump, e o fundador da Microsoft, Bill Gates aparecem em imagens com ele.

Epstein foi preso pela primeira vez em 2008, quando foi sentenciado a 13 meses de prisão. Na época, os pais de uma menina de 14 anos denunciaram à polícia que o empresário havia abusado sexualmente da garota em sua mansão. Outras possíveis vítimas foram descobertas e fotos de meninas encontradas na casa dele.

Ele se livrou de pegar prisão perpétua. O bilionário fechou um polêmico acordo que o safou de ficar encarcerado pelo resto da vida, mas fez com que fosse registrado na lista federal de criminosos sexuais.

Ele voltou a ser preso em 2019 sob acusação de tráfico sexual. Jeffrey foi acusado de traficar dezenas de meninas, de explorá-las e abusá-las sexualmente. Desse caso, o bilionário se declarou inocente e sempre negou as acusações. Após um mês na cadeia, aos 66 anos, ele foi encontrado morto na cela em que estava detido. A causa de sua morte divulgada oficialmente foi suicídio.

Membro da realeza britânica, príncipe Andrew já respondeu a processo de abuso sexual relacionado ao caso Epstein. Ele foi acusado de manter relações sexuais com uma garota por intermédio do empresário em uma "orgia com várias menores de idade". Em resposta, o Palácio de Buckingham destituiu Andrew de seus deveres militares e de seu título real.

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