EUA bombardeiam Síria em vingança contra Estado Islâmico após morte de militares e civil americanos

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Estados Unidos disseram ter atacado nesta sexta-feira (19) dezenas de alvos do Estado Islâmico na Síria em resposta a um atentado recente contra americanos no país. Autoridades do governo de Donald Trump disseram que a ação teve o objetivo de punir integrantes do grupo terrorista de alguma forma responsáveis pelo ataque ocorrido no último dia 13.

Trump havia prometido retaliação após a morte de dois soldados do Exército e de um civil, que trabalhava como interpréte, em uma emboscada na cidade síria de Palmira, no centro do país. Outros três militares ficaram feridos. Na ocasião, um integrante do Estado Islâmico atacou um comboio de forças americanas e sírias antes de ser morto a tiros, de acordo com autoridades.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, confirmou que os bombardeios atingiram combatentes do grupo terrorista, além de infraestrutura e depósitos de armas do grupo. A ação foi batizada de "Operação Hawkeye Strike".

Em declaração dura, Hegseth afirmou que a ofensiva não representa o início de uma guerra, mas sim um ato de vingança, dizendo que os EUA "caçaram e mataram" seus inimigos e que continuarão a fazê-lo.

De acordo com dois funcionários americanos mencionados pela agência de notícias Reuters que falaram sob condição de anonimato, os ataques foram feitos contra dezenas de alvos do Estado Islâmico espalhados pela região central da Síria.

A ofensiva faz parte de uma campanha contínua da coalizão liderada pelos EUA, que vem fazendo ataques aéreos e operações terrestres contra suspeitos do Estado Islâmico nos últimos meses, frequentemente com a participação das forças de segurança sírias.

Cerca de mil soldados americanos permanecem atualmente na Síria. O Ministério do Interior sírio informou que o autor do ataque em Palmira era integrante das forças de segurança do país, suspeito de simpatizar com o Estado Islâmico.

A Síria vive um momento político novo após a queda de Bashar al-Assad no ano passado, depois de 13 anos de guerra civil. O atual governo é liderado por ex-rebeldes e inclui membros de um antigo braço da Al Qaeda no país, que romperam com a organização e entraram em conflito com o Estado Islâmico.

Nesse contexto, Damasco tem cooperado com a coalizão liderada pelos EUA no combate ao Estado Islâmico, parceria que foi reforçada no mês passado, após a visita do presidente sírio Ahmed al-Sharaa à Casa Branca.