Greta Thunberg é presa durante ato em apoio a grupo pró-Palestina banido no Reino Unido

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, 22, foi detida nesta terça-feira (23), em Londres, durante uma manifestação em segurava um cartaz de apoio a membros que também estão detidos do grupo Palestine Action (Ação Palestina), banido no Reino Unido. A informação foi confirmada por comunicados das associações Defend Our Juries e Prisoners for Palestine.

"Greta Thunberg segurava um cartaz no qual se podia ler 'eu apoio os prisioneiros da Ação Palestina. Eu me oponho ao genocídio'", afirmou um porta-voz da Defend Our Juries, especificando que a ativista foi presa de acordo com a lei antiterrorista britânica.

A organização foi proibida por parlamentares britânicos sob a legislação antiterrorismo depois que alguns de seus membros invadiram uma base da Força Aérea Real e danificaram aviões em protesto contra o apoio do Reino Unido a Israel ?eles argumentavam que, embora condenasse Israel publicamente, o Reino Unido continuava a enviar ajuda militar a Tel Aviv.

A proibição torna crime ser membro do grupo, com pena máxima de 14 anos de prisão, e qualquer apoio à organização é passível de até seis meses de detenção. Trata-se de uma das restrições mais severas a um grupo pró-Palestina adotadas na Europa desde o início da guerra Israel-Hamas.

Oito pessoas com idades entre 20 e 31 anos estão detidas sob a acusação de invasão à base da Força Aérea Real ou outros danos provocados pelo Palestine Action e, hoje, fazem greve de fome para protestar contra o tratamento que estão recebendo e pedir sua libertação sob fiança. O ato de que Greta participava ocorria em apoio a essas pessoas.

De acordo com a polícia, um homem de 24 anos e uma mulher de 38 anos também foram presos nesta terça por jogar tinta vermelha em um edifício. O Defend Our Juries diz que o ato se concentrou próximo ao prédio porque o local é utilizado por uma empresa de segurança que, segundo a organização, presta serviços à filial britânica de uma empresa de defesa israelense.

Neste ano, em outubro, Greta também foi detida ao participar da flotilha Global Sumud, interceptada por Israel enquanto tentava romper o bloqueio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Outros membros da missão dizem que a sueca foi forçada a vestir uma bandeira israelense na ocasião. Segundo o jornal britânico The Guardian, ela permaneceu em uma cela infestada de percevejos e com pouca comida e água.

"Quero ser muito clara: há um genocídio em andamento", disse a ativista ao chegar em Atenas após sua deportação. "Eu poderia falar por muito, muito tempo sobre o que sofremos, mas essa não é a história. O que aconteceu aqui foi que Israel, enquanto continua a agravar sua destruição em massa com intenção genocida, tentando apagar toda uma população diante dos nossos olhos, mais uma vez violou o direito internacional ao impedir que ajuda humanitária chegasse a Gaza enquanto as pessoas passam fome."