Comissão de Administração da ALMG retira projeto de Recuperação Fiscal de Zema de votação nesta terça-feira (7)

Servidores Públicos realizaram greve unificada para demonstrar posicionamento contrário à medida

Por Renan Ribeiro

Servidores participaram de reunião da Comissão de Administração da ALMG

Por meio de votação unânime na Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, quatro Projetos de Lei, entre eles o PL 1.202/2019 foram retirados de pauta na tarde desta terça-feira (7). A sessão contou com a presença de representantes de 25 categorias do serviço público do Estado de Minas Gerais, que realizaram manifestações na porta do Auditório José de Alencar ao longo de todo o dia.


A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) questionou a falta de apresentação de dados que justifiquem a adoção do Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo Projeto de Lei de autoria do Executivo Estadual. O Governo, conforme frisou a deputada, não apresentou o parecer da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e, também, não prestou outras informações relevantes, como em que será investido o dinheiro do processo de privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), prevista no texto em tramitação. Para Beatriz e outros deputados que integram a comissão, falta transparência do Governo Estadual.


Durante a sessão, vários requerimentos foram apresentados. O Governo, por mensagem, confirmou que vai disponibilizar os dados solicitados pelos deputados. Para os parlamentares, antes de votar o texto, é preciso ter todos os elementos em mãos, que permitam a avaliação minuciosa da situação, para que se justifique a adoção de uma medida que pode trazer muitas restrições para todo o Estado, em um prazo de uma década.


O texto do PL 1.202 tramita em primeiro turno e já passou por votação na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, onde passou por alterações. Os quatro PLs que saíram da pauta nessa terça-feira, voltarão para apreciação dos deputados em nova reunião.

Greve Unificada


Servidores da Saúde, da Educação e da Segurança Pública pertencentes a 25 entidades sindicais, assim como representantes de trabalhadores de Estatais como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Energética de Minas Gerais (Cemig) se reuniram desde a manhã desta terça-feira (7) para protestar contra a provação do PL do Regime de Recuperação Fiscal proposto por Zema.


Os trabalhadores participaram de várias discussões, entre elas, a que ocorreu na reunião da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, na qual os impactos das restrições propostas pelo PL foram comentados. E, durante a tarde, os servidores também acompanharam a reunião da Comissão de Administração.
Para os trabalhadores, o projeto representa o congelamento de salários e concursos públicos por nove anos; o aumento do valor de contribuição previdenciária e o encerramento do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).

Os servidores destacaram que as restrições pretendidas pelo Executivo Estadual são muito severas e vão limitar os investimento nos setores de saúde, educação e segurança, com redução da capacidade de investimento também em outros pontos estratégicos, como infraestrutura, inovação e desenvolvimento regional.