Motta diz que não pretendeu censurar a imprensa durante remoção de Glauber Braga
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, nesta quinta-feira (11), que não pretendeu censurar a atividade dos jornalistas durante a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora.
Na ocasião, os profissionais dos veículos de comunicação foram retirados do plenário, houve tumulto e agressões, e a transmissão da TV Câmara foi cortada. Além disso, o vídeo da sessão não foi listado no canal oficial da Câmara no YouTube.
Na nota, Motta diz que "lamenta os transtornos causados aos profissionais de comunicação e reafirma que não houve intenção de limitar o exercício da atividade jornalística".
Ele declarou que a transmissão da sessão pela TV Câmara foi cortada automaticamente e voltou a dizer que vai instaurar uma sindicância para apurar eventuais excessos.
Segundo a nota, Glauber se recusou a deixar a cadeira da presidência quando um membro da Mesa chegou para tomar seu posto às 16h02. Então, ainda de acordo com o comunicado, Motta determinou a suspensão da sessão, que foi anunciada pelo primeiro-secretário da Mesa, Carlos Veras (PT-PE), às 17h42.
O texto diz que a interrupção da sessão plenária faz com que, automaticamente, a TV Câmara passe a transmitir outro evento legislativo. "Assim, a TV Câmara passou a transmitir a reunião da Comissão de Saúde, procedimento técnico de praxe", diz.
A transmissão, no entanto, foi interrompida antes disso, às 17h28. A sessão deixou de ser transmitida não só no canal de TV, mas também no YouTube.
A nota afirma ainda que, em conformidade com regras da Câmara de 2020 sobre a circulação de pessoas a polícia legislativa retirou assessores e jornalistas do plenário "para garantir a segurança dos presentes".
"A presidência considera inadequada a conduta do deputado Glauber Braga, que comprometeu o regular funcionamento dos trabalhos legislativos. A Câmara dos Deputados reafirma seu compromisso com a transparência, a liberdade de imprensa e o respeito às instituições democráticas", conclui o texto.
No dia do tumulto, a imprensa foi retirada do plenário e não registrou imagens da expulsão do deputado.
Apenas parlamentares tiveram acesso à cena e divulgaram vídeos da polícia retirando Glauber.
O episódio foi criticado por entidades como Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e ANJ (Associação Nacional de Jornais).
