Buscas por Carla Zambelli crescem após renúncia e superam outros deputados

Por VITORIA PEREIRA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O interesse pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) na internet quadruplicou nos últimos 30 dias em comparação com o período anterior. Em 2025, o volume de buscas pelo nome da parlamentar se equipara ao de 2022, ano em que ela foi eleita deputada pela segunda vez e protagonizou o episódio em que sacou e apontou uma arma para um homem na véspera do segundo turno das eleições.

Após a renúncia ao mandato, no último domingo (14), Zambelli passou a ser a deputada mais buscada no Brasil. Os dados são do Google Trends.

Mesmo antes da renúncia, ela já registrava alta nas pesquisas. Em junho deste ano, atingiu o primeiro pico de buscas, quando deixou o Brasil e passou a ser considerada foragida na Itália para evitar o cumprimento da pena de dez anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal.

Ela foi condenada em maio por participação na invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A pedido do ministro Alexandre de Moraes, a Interpol incluiu seu nome na difusão vermelha, mecanismo de cooperação policial internacional para localizar foragidos da Justiça.

Na mesma decisão, Moraes determinou a prisão definitiva de Zambelli, em regime fechado, além da perda do mandato.

Outro momento de forte interesse ocorreu no fim de julho, quando ela foi presa na Itália, onde permaneceu detida em regime fechado.

Em ambos os episódios, as buscas por Zambelli também cresceram fora do Brasil. Nos últimos 12 meses, a Itália aparece como o terceiro país que mais pesquisou pela deputada, atrás apenas do Brasil e de Portugal, de acordo com dados do Google Trends.

No último domingo (14), Zambelli voltou a ganhar tração nas pesquisas após anunciar a renúncia, decisão tomada após o plenário rejeitar a cassação de seu mandato.

Nesses três momentos -a saída do Brasil, a prisão na Itália e a renúncia--, ela superou em volume de buscas deputados que até então lideravam o interesse no Google, como Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ).

Este último registrou explosão recente nas pesquisas após ser retirado à força ao tentar ocupar a cadeira da presidência da Câmara durante o processo que pedia a cassação de seu mandato; posteriormente, a Casa livrou Glauber da cassação e decidiu suspendê-lo por seis meses.

O STF determinou que Zambelli cumpra a pena no Brasil. O pedido de extradição deve ser analisado pela Justiça italiana na próxima quinta-feira (18). Caso seja extraditada, ela deverá ser encaminhada à Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.