Lula diz que vai dar 'surra' nas eleições em quem acha que extrema direita volta em 2026

Por BRUNO RIBEIRO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira (19) que vai dar uma "surra em quem se meter a achar que a extrema direita vai voltar a governar esse país".

"Que venham! Que venham! Porque nós vamos desafiar, não é com palavras, não é com xingatório. Eu quero comparar o que eles fizeram nesse país com o que nós fizemos. Eu quero comparar quem tem mais na saúde, quem tem mais na educação, quem tem mais no transporte, quem tem mais na política de inclusão social. Eu quero saber."

O petista participou de celebração de Natal de catadores na ExpoCatadores 2025, no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo. O evento reuniu catadores, cooperativas, especialistas, organizações internacionais e representantes dos governos federal, estaduais e municipais.

"Eu estou com 80 anos, mas se eles soubessem o tesão que eu tenho pra governar esse país, eles não brincariam. Não brincariam. Porque eu digo pra todo mundo: sabe por que eu não vou envelhecer? Porque eu tenho uma causa", afirmou Lula. "Por isso se prepare[m], [por]que eu quero viver até 120 anos, e nós vamos ter muitos anos de briga."

Em referência ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o país não pode permitir que a "extrema direita fascista, negacionista, responsável pela morte de mais de 700 mil pessoas", volte a governar o país, com "mentira pela internet".

"Pela primeira vez na história desse país, nós temos um presidente preso por tentativa de golpe. Pela primeira vez nesse país, nós temos quatro generais de quatro estrelas presos nesse país pela tentativa de golpe. Pela tentativa de fazer um plano para matar o Lula, para matar o Alckmin e para matar o Alexandre Moraes."

Ele também voltou a dizer que deve vetar o projeto de lei que reduz penas de condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nos casos do 8 de Janeiro e da trama golpista. "Com todo respeito aos deputados e senadores que votaram a lei da redução da pena, eu quero dizer para vocês: eu vou vetar essa lei. E se eles quiserem que derrubem o meu veto."

"A gente tem que ensinar esse pessoal a respeitar. Eu perdi três eleições nesse país. Perdia as eleições e voltava para casa. Me preparava para outra. Nunca houve um alto de tentativa de golpe nosso. Nunca tentamos tomar o poder de assalto. Eles têm que aprender que [n]a democracia vence quem tem mais voto."

Além de Lula, estavam presentes a primeira-dama, Rosângela da Silva, e autoridades como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; e a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck.

Cotado para disputar o Governo de São Paulo em 2026 e sob gritos de governador, Haddad alfinetou as gestões do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.

O ministro disse ser difícil trabalhar de Brasília sem "um prefeito comprometido, um prefeito com um olhar específico, um governador com sensibilidade, que não bota a polícia para bater no povo, que dá atenção para as pessoas, que cria um ambiente de trabalho digno".