Defesa de Bolsonaro pede a Moraes que ex-presidente seja operado no Natal
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorização para que ele seja internado na véspera de Natal, em 24 de dezembro, e faça a cirurgia no Natal (25).
Na semana passada, o magistrado autorizou que a cirurgia fosse realizada e solicitou que fosse informada a programação, bem como a data prevista para a realização do procedimento.
No pedido realizado nesta terça-feira (23), a defesa solicita que Bolsonaro seja internado um dia antes da cirurgia "a fim de que possa ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico".
A defesa pede ainda que seja autorizada a presença da esposa, Michele Bolsonaro, como acompanhante principal, bem como de seus filhos Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, como acompanhantes secundários se houver necessidade.
A Polícia Federal confirmou ao tribunal que o ex-presidente precisa ser submetido a uma cirurgia eletiva e outro procedimento o mais breve possível. O laudo foi enviado depois de determinação do ministro do STF.
Na mesma decisão, Moraes indeferiu o pedido de prisão domiciliar que a defesa vinha pleiteando desde antes do trânsito em julgado do processo e o início do cumprimento de pena.
Bolsonaro está preso na superintendência regional da PF em Brasília desde o dia 22 de novembro.
De acordo com Moraes, o ex-presidente está "custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular onde realiza atendimentos emergenciais de saúde" e o endereço seria, inclusive, mais próximo que o da casa dele. Assim, a prisão na PF não prejudicaria Bolsonaro em caso de necessidade de deslocamento de emergência.
De acordo com o laudo, em relação à hérnia, o caso é de reparo eletivo, ou seja, procedimento cirúrgico programado, que não tem caráter de urgência ou emergência. A análise foi feita por quatro peritos do Instituto Nacional de Criminalística na última quarta (17).
Já os soluços precisam de intervenção mais rápida, tanto porque tratamento anteriores não surtiram efeito quanto porque o quadro pode piorar outras condições.
A defesa de Bolsonaro pediu em duas ocasiões autorização urgente para que o ex-presidente seja submetido a uma cirurgia. A primeira petição foi apresentada em 9 de dezembro e a última delas na segunda-feira (15).
Segundo os advogados, ele precisa de procedimento cirúrgico para correção de hérnia inguinal bilateral, além de intervenções complementares. A hérnia inguinal é uma condição em que um tecido do abdômen incha e faz aparecer uma protuberância na região da virilha.
Moraes determinou que o exame feito no último domingo (14) e os laudos juntados aos autos fossem encaminhados para análise de peritos médicos na última quarta (17) no Instituto Nacional de Criminalística.
Aos peritos, Bolsonaro relatou que os soluços começaram em setembro de 2018 após a primeira cirurgia abdominal. Depois disso, ele passou por outras sete cirurgias e o quadro retornava a cada pós-operatório e duravam cerca de 30 dias. Após o último procedimento, no entanto, os soluços não pararam mais.
