Mulher morta em Cataguases guardava veneno em casa, mas laudo não liga feijão a envenenamento de marido e enteado
O menino de 6 anos segue internado e pai já recebeu alta médica.
A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou novos detalhes sobre a investigação de um suposto envenenamento em Cataguases, ocorrido no dia 13 de julho, que envolveu o marido e o filho de 6 anos da suspeita. Segundo a corporação, embora o produto tóxico conhecido como "chumbinho" tenha sido encontrado no quarto da investigada, testes realizados no feijão consumido pelas vítimas deram resultado negativo para a substância.
A substância foi encontrada separadamente no quarto da mulher, que cometeu autoextermínio. A perícia confirmou ser "chumbinho", um raticida altamente tóxico. No entanto, a análise do feijão que as vítimas comeram não apresentou vestígios do veneno. Isso impede a polícia de afirmar que o alimento foi o meio usado para o crime. Mesmo assim, todos os elementos da investigação apontam que o chumbinho foi o agente utilizado na tentativa de envenenamento.
Uma das vítimas, em depoimento, relatou ter comido macarrão, feijão e frango no dia do crime. Ela notou uma substância escura no fundo do prato e, ao questionar a suspeita, ela teria dito ser apenas tempero. A perícia também identificou que algumas vasilhas da casa haviam sido lavadas antes da chegada da equipe, o que pode indicar uma tentativa de ocultar provas.
Motivação e arquivamento do caso:
O delegado responsável, Conrado Guedes, revelou que a motivação do crime estaria ligada a conflitos anteriores da investigada com o pai do menino. Entre os motivos apontados estão a insatisfação com o resultado do exame de DNA que confirmou a paternidade, o descontentamento com o pagamento da pensão alimentícia e relatos de ciúmes em relação à mãe da criança.
Com o autoextermínio da investigada, o inquérito será concluído e, conforme o artigo 107 do Código Penal, o caso será encaminhado ao Poder Judiciário com sugestão de arquivamento.
A Polícia Civil ainda aguarda o laudo final das substâncias e outros exames complementares, como a avaliação psicológica da suspeita, exames toxicológicos para comprovar autoenvenenamento e automutilação, além da análise para verificar o consumo de bebida alcoólica.
O menino de 6 anos segue internado e o pai já recebeu alta médica. A polícia informou que novas informações podem ser divulgadas após o encerramento das investigações.