Estiagem do inverno é ideal para reformas e construção de telhados

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Estiagem do inverno é ideal para reformas e construção de telhadosExistem no mercado seis tipos de telha. Na hora de reformar ou construir, vale deixar para o período de seca, observar o material e, principalmente, a inclinação

Victo Machado
Colaboração
22/6/2011

O inverno segue até 23 de setembro e é a estação considerada ideal para reformas e construções de telhados, em algumas regiões do país. Tudo isso porque o período, no Brasil, é marcado por temperaturas amenas durante o dia e pelo tempo seco, principalmente, na região Sudeste.

"O período de estiagem propicia mais facilidade para trocar as telhas. Para quem precisa fazer alguma reforma em telhado ou, até mesmo, construir, o ideal é procurar nesta época. Isso possibilita uma reforma mais tranquila", comenta a arquiteta, Ana Carolina Carpentieri.

No entanto, a preocupação na hora de reformar ou construir telhados não deve se basear apenas na quantidade de chuva da estação. Segundo a arquiteta, é preciso atentar para a inclinação. "Um telhado instalado em uma inclinação inadequada pode causar uma infiltração de água entre as telhas, o que pode fazer com que ela quebre ou se deforme. O risco do telhado cair é pequeno. Precisa acumular muita água. No entanto, essa água deixa as telhas feias."

Tipos de telhas

Atualmente, no mercado, existem seis tipos de telhas disponíveis. A de fibra de cimento ou amianto, de cerâmica, metálicas, de concreto, Shingle e de fibras vegetais. Ana Carolina explica que, no momento da escolha, a pessoa precisa observar vários fatores. "Além da inclinação, é importante ver a estética da casa, a resistência da telha para o local e o conforto térmico."

A telha de fibra de cimento ou amianto é caracterizada pela pouca beleza e pelo baixo custo. Além disso, esse material não possui muita resistência a fenômenos naturais. "É um tipo comum no Brasil, mas quebra com facilidade e não é bonita. Sua tradição deve-se ao custo baixo. É a mais barata de todas."

A telha de cerâmica é um material mais pesado e exige uma inclinação maior e um madeiramento mais denso para segurá-la. "Essas telhas são mais pesadas e acabam exigindo que a estrutura seja mais forte. A inclinação deve ser alta para evitar o acúmulo de água entre cada telha."

As de material metálico são muito utilizadas em galpões de empresas e fábricas. Caracterizam-se pela baixa qualidade térmica. "Elas acumulam muito calor. Isso faz com que o ambiente tenha que ser bem ventilado. Caso contrário, ficará muito quente. Elas são baratas e fazem muito barulho quando está chovendo."

Pouco comum no Brasil, as Shingle são muito utilizadas na Europa. São caras e não se adaptam ao clima brasileiro. "Elas parecem um revestimento. São bastante lisas e inclinadas para escorrer a neve, por exemplo. Não deixam acumular nada, mas não se adaptam ao estilo das casas no Brasil."

O que há de mais novo no mercado são os das telhas de fibras vegetais. Além de ser ecologicamente correta, o material é bastante leve e seu preço fica entre as de fibras de cimento ou amianto e a de cerâmica. "Por serem mais leves, não exigem madeiramento tão denso. Elas possuem uma característica interessante de permitir, em casos de reformas, colocar uma telha por cima da outra, sem precisar trocar. Além disso, caso a pessoa tenha um telhado de cerâmica, não precisa nem trocar a estrutura."

Cuidados

Segundo a arquiteta, o cuidado essencial depois de colocar as telhas é limpar, pelo menos, mensalmente o local. "Varrer tirar as folhas e evitar, principalmente, que as calhas fiquem entupidas." Ana Carolina explica que as principais causas de danos às telhas são chuva de granizo e vento. "Os fenômenos naturais que causam danos são esses, no entanto, quando se trata de erros na construção, a inclinação é a principal vilã. O acúmulo de água acaba estragando a telha." Ela explica que já é possível encontrar no mercado uma fita para tampar alguns buracos que se abrem nas telhas. 

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken