O cigarro ou eu

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O cigarro ou eu

Ana Maria Reis
Rep?rter
20/01/2000

Existem pessoas que param de fumar para que seus parceiros n?o se sintam t?o incomodados. Mas por fim ? depend?ncia ao cigarro deve integrar um programa s?rio de tratamento para que a compensa??o do v?cio n?o encontre outros pilares.

Manoela Mattos, 25 anos, parou de fumar de um dia para o outro. H? um m?s ela cedeu ?s investidas do namorado de 1 ano e meio. Eduardo Costa conviveu, dia ap?s dia, com a fuma?a do cigarro da companheira, desde que a conheceu em um barzinho. ?Nunca algu?m fumou em minha casa, n?o sei como pude suportar tanto tempo?, revela o agora satisfeito companheiro de Manoela.

Ela admite estar mais agitada que o normal e pediu a um primo que est? indo a passeio aos Estados Unidos que lhe traga de presente uma caixa de chicletes de nicotina. A psiquiatra cl?nica Elimar Jacob Salzer Rodrigues lembra que o ato de fumar ? considerado um epifen?meno, isto ?, uma a??o compensat?ria de pessoas que sofrem de um mal conhecido como ?personalidade dependente?. Este quadro patol?gico pode acarretar outros tipos de v?nculos, que n?o ao do cigarro, como doces, pessoas e at? coisas inanimadas.

De acordo com a Organiza??o Mundial de Sa?de (OMS), existem na ?rea m?dica duas esp?cies de depend?ncia - a f?sica e a psicol?gica. O cigarro, por sua vez, ? uma subst?ncia que produz depend?ncia f?sica ao usu?rio compulsivo, causando modifica?es bioqu?micas e anat?micas. As altera?es celulares causadas pelas 4 mil subst?ncias t?xicas resultantes da combust?o do cigarro modificam o organismo n?o somente do fumante mas daqueles considerados fumantes ?passivos?.

?A combust?o da nicotina e das demais subst?ncias do cigarro causam auto-polui??o e hetero-polui??o, quero dizer, que a depend?ncia ao fumo pode prejudicar em muito as pessoas que convivem com um fumante?, explica Elimar Jacob, que tem especializa??o e mestrado em Psicof?rmacos, dentro da linha do Bioquimismo Cerebral.