Situação é de incerteza entre os comerciantes que ocupam boxes no mercado municipal

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Quarta-feira, 16 de setembro de 2009, atualizada às 19h40

Situação é de incerteza entre os comerciantes que ocupam boxes no mercado municipal

Aline Furtado
Repórter

Quase três meses depois de ter sido feito o anúncio de que 50 comerciantes em situação irregular deveriam deixar, num prazo máximo de 180 dias, os boxes e as lojas do 1º piso do Mercado Municipal, a situação é de incerteza entre os permissionários.

No dia 18 de junho, foi anunciado, pelo secretário de Agropecuária e Abastecimento, Cláudio Nápolis, um novo processo licitatório para ocupação dos espaços. A medida deve-se ao fato de os 50 contratos estarem vencidos desde 2008 e os atuais não possuírem cláusula de renovação. Na época foi feita uma previsão de que o edital estaria pronto dentro de 30 dias, o que ainda não ocorreu. 

O atraso na publicação está causando um clima de incerteza entre os comerciantes que já atuam no local, já que eles pretendem participar da concorrência. A comerciante Sidnéia de Souza Terra diz viver sem tranquilidade. "Aqui é minha casa, foi aqui que eu me fiz. Tento me distrair, não lembrar, mas a incerteza persiste." Ela compara a situação com a do incêndio que aconteceu em 1991, no local. "A tristeza e a insegurança que sentimos agora é a mesma que sentimos naquela época."

Para o comerciante Waney Santos Rocha, há 22 anos no local, o que resta é acreditar que a PJF e o Poder Legislativo vão criar metodologias que levem em consideração aqueles permissionários que já trabalham no espaço. "Acredito na boa vontade destas pessoas em olhar com bons olhos para nós que estamos aqui, ainda que não tenha havido qualquer tipo de retorno a respeito do edital de licitação."  Assim como Waney, o permissionário Luiz Carlos Pinto crê em alguma garantia por parte do Poder Público. "Embora exista um clima de intranquilidade, confiamos que será feito o melhor."

Outro comerciante, Euclides Marques Júnior, destaca que o espaço gera, atualmente, cerca de 200 empregos diretos e indiretos e que isso deveria ser levado em consideração no processo licitatório. O secretário Cláudio Nápolis afirma que "a intenção é trazer o mínimo de transtornos possível aos permissionários, agindo sempre em observância da lei."

Edital será elaborado após pesquisa

O secretário afirma que o edital deverá ser elaborado após a entrega de um estudo encomendado pela Prefeitura de Juiz de Fora à empresa júnior da Faculdade de Economia e Administração da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O estudo vai apresentar um levantamento dos valores movimentados pelo mercado, número de consumidores e qualidade dos produtos oferecidos. A previsão é de que o estudo seja entregue até o final do mês de outubro.

"As informações levantadas durante este estudo, que vai contribuir para o projeto de revitalização do espaço, serão combinadas com um estudo sobre as modalidades do edital que será elaborado", afirma o secretário.

Das 73 lojas e boxes do primeiro piso do Mercado Municipal, 23 estão em situação regular, com o término de vigência do contrato entre 2010 e 2016. A última licitação dos espaços foi realizada em 2003. Na ocasião, diversos comerciantes receberam a renovação da permissão, após auxiliarem na reconstrução do prédio, atingido por um incêndio em 1991.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes