Eles param as principais ruas de JF em protesto que dura mais de seis horas. O motivo: contra o aumento da passagem de ?nibus
Ricardo Corr?a
Rep?rter
07/02/2006
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Eles cumpriram a promessa! Depois de dizer durante toda a semana passada que iriam parar Juiz de Fora pedindo a redu??o do pre?o da passagem, os estudantes conseguiram fechar as principais ruas da cidade durante toda a tarde desta ter?a-feira. A manifesta??o, que come?ou por volta de meio-dia, se esticou por mais de seis horas, indo parar na frente da Prefeitura, onde uma comiss?o conversou com a secret?ria de Articula??o Interna, Nininha Soares. Mas, n?o houve acordo e uma nova manisfesta??o deve ser feita amanh?, dia 08 de fevereiro, a partir de 17h.
At? chegar l?, os cerca de 700 manifestantes caminharam muito, colecionaram amigos e inimigos. Viram simpatizantes, que dos pr?dios jogavam ?gua para refrescar, e papel picado para incentivar, e revoltados, motoristas e passageiros que estavam nos pontos de ?nibus ou presos no tr?nsito n?o se conformavam com o tr?nsito fechado.
Ali?s, os partidos
estiveram presentes e representados nas bandeiras. Al?m dessas duas
legendas, PSTU e PSOL tamb?m se fizeram representar. E houveram tamb?m, em
sua grande maioria, os sem-partido, que estavam ali apenas para protestar
contra o pre?o de R$ 1,55 que atingiu a passagem neste m?s.
O vereador Fl?vio Cheker, autor do projeto do passe livre para os
estudantes, que j? caminha h? 8 anos na C?mara Municipal, foi um dos
primeiros a falar. Perguntando at? onde iria o movimento, ele respondeu:
"Espero que o prefeito tenha sensibilidade e receba o movimento. Fa?a uma
revis?o dos valores, sente ? mesa para discutir o passe-livre, sen?o essa
luta vai continuar", explicou o vereador.
Os vereadores que votaram contra um aumento ainda maior da passagem, com
valor de R$ 1,67, tamb?m foram lembrados. Pardal, Vicent?o, Jos? Emanuel e
Pastor Carlos foram muito vaiados pelos manifestantes, que aumentaram o tom
das cr?ticas e baixaram o n?vel, com muitos palavr?es sendo gritados o tempo
inteiro.
O mais hostilizado, claro, o prefeito Alberto Bejani, para quem
foram feitas at? par?dias de marchinhas de carnaval. O grande n?mero de
participantes impressionou at? o coordenador geral do DCE, Maicon
Chagas.
"Come?amos a luta porque era um dever do DCE. Agora n?o d? para parar mais.
O movimento cresceu muito e s? sairemos vitoriosos, porque ? o que a
sociedade quer".
Depois de mais de uma hora e meia cantando e gritando no Parque Halfeld, os
manifestantes partiram para sua marcha, que tinha destino ? Prefeitura. Eles
come?aram tomando a Avenida Rio Branco e, por alguns minutos, chegaram a
ocupar as tr?s pistas. Desceram a avenida, com destino ao cruzamento com a
Avenida Get?lio Vargas. L?, mudaram de rumo, e partiram, pela Get?lio
Vargas, sentido Rua Halfeld. S? que, no meio do caminho, receberam a
informa??o de que Nininha Soares s? iria receb?-los no antigo Hospital
Municipal, que fica na parte alta da Halfeld, l? em cima, nos p?s do Morro
do Cristo.
Da Independ?ncia, os manifestantes seguiram para a Rio Branco, e fecharam o
cruzamento entre as avenidas. Seria a ?ltima parada antes de rumar,
novamente pela avenida principal, para a C?mara Municipal, o novo local do
encontro com a comiss?o da Prefeitura. S? que mais uma vez as coisas
mudaram. O movimento ganhou propor?es incontrol?veis, e mesmo com os
pedidos de algumas lideran?as, os estudantes decidiram ficar na Rio Branco,
em frente ao Cal?ad?o, fechando o tr?nsito das tr?s pistas.
Princ?pio de confus?o
Confus?o solucionada, os estudantes, depois de muita discuss?o entre eles
mesmos, decidiram descer a rua Halfeld. Pelo Cal?ad?o, eles fizeram um
verdadeiro carnaval. A paradinha em frente ? C?mara, serviu para que os
donos de instrumentos musicais se unissem no protesto e ensaiassem um pouco.
Talvez por isso tenha descido como que em uma bateria de escola de samba, o
que animou os manifestantes a continuarem o trajeto, agora sim, rumo ?
Prefeitura Municipal.
Em algumas palavras pronunciadas antes do movimento desta ter?a-feira
come?ar, os estudantes deram um recado para a Prefeitura: "Se disseram que
n?o vamos conseguir nunca, ent?o vamos ficar at? o nunca. Um ano se
precisar indo nas ruas todos os dias".
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Neste momento, a situa??o de maior tens?o. Um motoqueiro, inconformado com a
interrup??o, tentou furar o bloqueio e passar com a moto por cima dos
manifestantes. N?o conseguiu e ainda foi agredido por alguns deles. Na
confus?o, a Pol?cia entrou no meio para acabar com o tumulto e quase houve
confronto. Mas, depois da confus?o de quinta-feira passada, os policiais
optaram pela cautela como principal defini??o de a??o.