Especialista analisa primeiros meses da nova administração

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Especialista analisa primeiros meses da nova administraçãoNa véspera do aniversário de 159 anos de Juiz de Fora, Diogo Tourino comenta situação política e econômica da cidade

Patrícia Rossini
*Colaboração
29/05/2009

No ano em que comemora 159 anos, Juiz de Fora passa por um momento econômico complicado. Na Prefeitura, o discurso é de contenção de gastos, em virtude da crise econômica agravada pelas dívidas herdadas da administração Bejani. Nas ruas, a sensação é de que a cidade está desorganizada nos mais diversos setores.

Para o cientista político Diogo Tourino, o argumento da crise para justificar as atitudes do Executivo não convence a população. "Isso mobiliza uma certa visão muito marcada do que se tem como política, de que em eleição tudo se promete, e depois que se ganha o governo começa a história de que está faltando dinheiro para fazer isso ou aquilo. Parece que a população já está calejada com esse tipo de coisa, que só reforça uma visão muito negativa que a gente tem da política, das suas instituições e dos seus atores."

Para Diogo, o momento delicado pelo qual passa a administração municipal reflete a dificuldade típica dos candidatos eleitos em cumprir as promessas feitas em campanha e atender aos anseios da comunidade. "O prefeito está lidando com demandas criadas no cenário eleitoral, que não são, necessariamente, demandas que surgiram. Ele as criou a partir do momento em que, para ganhar a eleição, precisou fazer uma série de promessas. Agora, o prefeito não consegue dar conta das demandas no tempo em que a sociedade espera. Trata-se de um cenário de instabilidade, de crise justamente por isso."

Ele, entretanto, pondera que Juiz de Fora ainda sofre com o trauma da prisão do ex-prefeito Alberto Bejani e das denúncias envolvendo o município, que impediram o desenvolvimento da cidade no ano de 2008. "É preciso considerar que, no ano passado, nós vivemos uma crise que inviabilizou o governo municipal por um ano e, obviamente, todas as necessidades vão ser canalizadas para a nova administração."

Crise

A secretária de Fazenda, Maria Helena Leal Castro (foto abaixo), reitera que, mesmo com as ações de contenção de gastos anunciadas para frear a crise, a situação ainda é crítica. "Enquanto as outras prefeituras e os governos estaduais sofrem com a crise mundial, acumulamos problemas, como a herança pesada de dívidas. A Prefeitura ainda está desestruturada."

*Patrícia Rossini é estudante de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes