Estratégias de segurança dos taxistas é apontada por especialista

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Estrat?gias de seguran?a dos taxistas ? apontada por especialista

Formas de vitimização e estratégias de segurança dos taxistas são apontadas por especialista

Segundo o professor, como no meio urbano não existe informações sobre as pessoas que estamos lidando, os profissionais utilizam a semiótica

Jorge Júnior
Repórter
13/4/2012

Com o intuito de conhece os efeitos da violência urbana sobre as condições de trabalho, saúde e segurança ocupacional dos taxista, o especialista em segurança pública, Eduardo Paes-Machado, desenvolveu uma pesquisa, na qual foram identificadas as formas de vitimização e estratégias de segurança, desenvolvidas por essa categoria.

"Essa classe profissional como trabalha em vias públicas, são vulneráveis a varios fatores de riscos, como vitmização por crime violento e envolvimento em situações ilícitas, acidentes de trânsito." Além dessas, Machado destaca as formas de vitmização por violência, relacionadas ao trabalho, como: agressões verbais, físicas e até mesmo ameaças, por meio de assaltos, extorsões e sequestros.

Com esse cenário diário, que estes profissionais enfrentam, o especialista no assunto, por meio de entrevistas analisou algumas formas de defesas individuais e coletivas. "É uma enorme preocupação com as redes de seguranças e os módulos que não passam, na maioria dos casos, pelo estado. Com isso, foi percebido que o nível de confiabilidade em relação ao outro é muito baixo", explica e ao mesmo tempo questiona: "como os taxistas examinam a confiabilidade do passageiro?"

Segundo o professor, como no meio urbano não existe informações sobre as pessoas que estamos lidando, porque ninguém traz estampado no rosto se é honesto ou desonesto, os profissionais utilizam a semiótica, por meio da teoria dos sinais. "Eles selecionam os passageiros pela cara e pelo jeito que eles chegam até o veículo", diz.

Com essa observação, Machado destaca que pode ocorrer um certo tipo de preconceito em relação à raça, sexo e classe social do cidadão. "É um processo de seleção do passageiro. Além desse, existem também o local de pedido e destino da corrida que o cliente solicita ao motorista. Nem sempre o local que é bom para fazer uma corrida de manhã, é seguro à noite, por isso o condutor procura se informar sobre os lugares", conta.

Olho aberto

Outro ponto ressaltado pelo pesquisador, é que nessa categoria os profissionais sempre passam informações para os outros colegas. "Eles precisam conversar para saber, por isso a informação é de boca a boca." Machado revela também que se o sujeito esconde o rosto para o taxista ou evitar conversar, o motorista já fica em estado de alerta. Caso essa triagem não é feita, o taxista passa a fazer o monitoramento durante o trajeto. "É preciso acompanhar o passageiro. Se o motorista tem a sensação que ele está em risco, ele fica em alerta, pois pode ser a última oportunidade dele se defender."

No entanto, Machado enfatiza que a defesa individual é arriscada. "As redes não cumprem muita coisa. O nível de vigilância é baixo, por essa questão o indivíduo fica muito exposto. Se ele não se precaver, quem vai se preocupar?"

De acordo com o especialista, apesar da classe ser heterogênea, os profissionais se mobilizam em defesa com o outro. "Se o motorista comete uma infração no trânsito, quem se arriscar a brigar com ele, terá que enfrentam os demais profissionais."

Além disso, Machado destaca que a segurança coletiva também é essencial. "Com os pontos de táxis, os motoristas ficam conhecendo mais os locais em que eles frequentam, passando a mapear quem são os usuários daquela região." A modernização, por meio da informática, com o uso da central de táxi e GPS também ajudam na segurança."

Entretanto, segundo o pesquisador, os auxiliares de táxis sofrem mais risco do que os permissionários, uma vez que eles trabalham mais por conta de ter que pagar a diária ao dono da placa.