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Grupo O Grivo faz trilha sonora ao vivo de quatro com?dias cl?ssicas utilizando peculiares instrumentos de percuss?o e sopro
Marcelo Miranda
Rep?rter
03/04/2006
A apresenta??o, em Juiz de Fora, no pr?ximo dia 8 de abril (s?bado), consiste na exibi??o de quatro com?dias cl?ssicas e marcantes da hist?ria do cinema acompanhadas musical e sonoplasticamente pela dupla Nelson Soares e Marcos Moreira, integrantes do Grivo.
"Tentamos criar uma sonoplastia ao que ? mostrado n?o necessariamente realista . O ritmo e a cad?ncia s?o pr?ximos do real, mas o timbre ? sempre surreal", diz Nelson Soares, que relembra ser o "Cine-Olho R?dio Olho" um dos primeiros trabalhos desenvolvidos por ele e por Marcos, ainda no come?o da carreira de ambos, em 1990. "Fomos convidados para cuidar do acervo de filmes dos anos 10 e 20, todos em 16mm, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Olhando aquele material, surgiu a id?ia de fazer exibi?es com a trilha sonora ao vivo".
Por?m, o projeto como ele existe hoje, com as com?dias, veio nascer apenas h? tr?s anos. E apesar do tempo de estrada, o espet?culo visto pelo p?blico raramente ? o mesmo. "Lidamos com improvisa?es constantes, ent?o, o que fazemos no palco vem se modificando ao longo do tempo. Temos algumas partituras fixas, mas, no geral, a novidade ? freq?ente". Na tela, ao longo de uma hora, s?o projetados e acompanhados sonoramente pelo Grivo os curtas "Viagem ? Lua" (1902) e "Fotografia ? Longa Dist?ncia" (1908), ambos de George Meli?s; "O Imigrante" (1917), de Charles Chaplin; e uma das primeiras apari?es do famoso bichano na anima??o "Gato F?lix - Na Idade do Osso" (1922).
O t?tulo "Cine-Olho R?dio Olho" vai igualmente ao encontro do cinema nas
d?cadas de 10 e 20. Especificamente, refere-se ao diretor e te?rico russo
Dziga Vertov, que, atrav?s de seus pensamentos acerca da
"c?mera-olho" e do inovador longa-metragem "O Homem com Uma C?mera",
defendia que o cinema poderia dar ? vis?o humana capacidade de enxergar
muito al?m da pr?pria realidade. "? esse o nosso objetivo: dar um car?ter
al?m do real ? trilha sonora e ir mais longe do que o que seria considerado
habitual", afirma Nelson Soares. "Temos o ouvido aberto a tudo, e o p?blico
precisa ter isso em mente tamb?m, possuir sensibilidade e sair da
passividade de apenas assistir a uma apresenta??o".