Dia Mundial sem Carro transforma Get?lio em espa?o de atividades culturais

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Dia Mundial sem Carro transforma Getúlio em espaço de atividades culturaisPara marcar o dia, o prefeito Custódio Mattos trocou o veículo oficial por um ônibus, desceu no Centro e foi a pé até o prédio da Prefeitura

Victor Machado
*Colaboração
22/9/2011

As comemorações do Dia Mundial Sem Carro nesta quinta-feira, 22 de setembro, transformaram o trecho da avenida Getúlio Vargas, entre as ruas Floriano Peixoto e Batista de Oliveira, em um espaço de atividades culturais e de conscientização. Para marcar o dia, o prefeito Custódio Mattos trocou o veículo oficial por um ônibus, desceu em um ponto da Getúlio e foi a pé até o prédio da Prefeitura de Juiz de Fora

No trecho da avenida Getúlio Vargas, o trânsito ficou impedido para carros, motos e caminhões. No local, houve atividades como distribuição de mudas de plantas, exposição de fotos e urbanas, varal de poesias e shows. 

Para o subsecretário de Mobilidade Urbana, Carlos Eduardo Meurer, a data deve servir como uma forma de ampliar as discussões sobre o modelo de mobilidade usado nas cidades. "O evento é uma pequena forma de proporcionar reflexão entre as pessoas sobre a forma como as cidades vêm crescendo. Elas têm dado preferência para o transporte individual e isso provoca um caos no dia a dia."

Meurer afirma que a mudança deve partir de todas as instituições. "Não podemos ficar pensando que a mudança depende do poder público ou só da mentalidade da população. É um entendimento que todos devem ter, para melhorar a qualidade de vida." Na opinião do secretário de transporte e trânsito Márcio Gomes Bastos, o transporte coletivo traz dois benefícios para a cidade. "Representa uma queda da poluição e no custo urbano. É possível ter mobilidade urbana e agilidade, andando de ônibus, táxi ou promovendo a carona. O número grande de carros gera lentidão no dia a dia."

Transporte coletivo em JF

Segundo o subsecretário de mobilidade urbana, o transporte coletivo em Juiz de Fora é capaz de atender à demanda da cidade. "Fazemos monitoramento para analisar o aumento do fluxo de passageiros e a necessidade de alterações de horário, o aumento de veículos ou diminuição dos que estão circulando. Caso a população da cidade utilizasse mais o transporte coletivo, seria possível atendê-la."

De acordo com o secretário de transporte, esse monitoramento faz parte de uma modernização do transporte coletivo da cidade. Ele explica que por meio da bilhetagem eletrônica é possível fazer o controle mais exato do cumprimento de horários, além dos períodos com maior fluxo de pessoas. "O controle fica mais facilitado."

No entanto, Bastos aponta um problema na distribuição do transporte coletivo de Juiz de Fora. "É possível perceber alguns horários em que os ônibus estão circulando vazios e acabam enchendo as vias. Mas, para as empresas, não é vantajoso parar esse veículo, porque ela terá o custo fixo com empregados. Portanto, é melhor deixar o veículo rodando. São alguns detalhes que precisam ir melhorando e temos que buscar o equilíbrio entre a qualidade do serviço e o custo para as empresas. Esse é o desafio."

Transporte troncalizado

Segundo o secretário, uma das soluções para esses problemas seria a implantação do transporte troncalizado na cidade. "É o caminho para a evolução." Ele acredita que a primeira tentativa de implantação não funcionou porque foi feito apenas um terminal, que estava mal localizado. "Entendo que um transporte trocalizado deve ter mais de um terminal e ser bem localizado para dar certo."

Ele afirma que o edital de licitação para realizar estudos de uma nova implantação está parado no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE), desde 2009. Além disso, Bastos pensa que, após a realização do estudo e de todas as licitações, seria preciso ainda um prazo de dois ou três anos para implantar tal modelo de transporte. "O processo tem que ser feito com paciência, para não dar errado. São várias alterações físicas que precisariam ser feitas." Mas o secretário destaca que é preciso recuperar a velocidade dos ônibus em Juiz de Fora. 

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken