Galeria Renato de Almeida recebe a exposição Tributo a Stehling

A mostra será composta por 22 obras, com paisagens campestres e cenas urbanas de Juiz de Fora


Da Redação
7/5/2013
mostra

A Galeria Renato de Almeida do Centro Cultural Pró-Música recebe a exposição Tributo a Stehling, composta por paisagens campestres e cenas urbanas de Juiz de Fora, nas 22 obras, a maioria inédita, que compõem a mostra, que será inaugurada nesta terça-feira, 7 de maio.

O conjunto de obras em Tributo a Stehling é uma amostragem representativa do universo pictórico do artista, que transitava com habilidade por esses dois cenários – o campestre e o urbano, com destaque para o bucólico das paisagens em que árvores esguias explodem em verdes e amarelos, secundados por azuis, vermelhos e ocres. Combinado à exuberância das cores, o traço cheio de personalidade de Stehling – que em algumas telas lembra a intensidade de um Van Gogh – resulta em obras que oferecem ao espectador uma experiência estética impactante. Para o pró-reitor de Cultura, o artista plástico Gerson Guedes, a simplicidade da temática de Stehling não impede o artista de ser "intenso" e "imenso" em sua obra.

Dentre as cenas urbanas, Juiz de Fora surge em obras que focalizam, por exemplo, a Igreja da Glória e a Capela do Colégio Stella Matutina. A exposição também traz naturezas-mortas e um autorretrato do artista. Famoso pela barba espessa que cultivou por anos e se tornou parte de sua identidade, Renato Stehling era uma figura calma e doce, de sorriso largo.

O artista

Natural de Juiz de Fora, onde nasceu em 6 de agosto de 1935, integrou uma geração de pintores locais – aqui nascidos ou chegados na primeira metade do século XX – que realizou sua formação na Sociedade de Belas Artes Antonio Parreiras, onde atuavam mestres como Edson Motta, Mario Tasca, Sílvio Aragão, Angelo Bigi, Carlos Gonçalves e Heitor de Alencar. Ali conviveu com nomes como Dnar Rocha e Carlos Bracher, se tornando uma das principais referências de Juiz de Fora nas artes plásticas. Morreu em 7 de abril de 2003.

A exposição

Para a realização dessa exposição, a UFJF, através da Pró-reitoria de Cultura, patrocinou a recuperação integral das obras, que passaram por tratamento especializado, realizado pelo Laboratório de Conservação e Restauração de Pintura e Escultura do Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM). Datados de um período que vai da década de 1970 a 2002, os óleos sobre tela e sobre eucatex estavam danificados por sujidade acumulada e ataque de insetos xilófagos (cupim de madeira seca), tanto nos chassis e molduras quanto nas próprias telas.

Após o mapeamento dos danos, as pinturas foram submetidas a tratamento. Segundo Valtencir Almeida, conservador e restaurador do MAMM, adotou-se o critério de mínima intervenção, optando-se pela conservação, que teve início com a higienização e a limpeza mecânica e química das obras. Tomados por cupins, os chassis – suportes para as telas – foram removidos e substituídos por novos, que receberam tratamento preventivo através de imunização contra a ação de insetos e de umidade.

Recuperados, todos os trabalhos reunidos em Tributo a Stehling estarão à venda, e a renda apurada será integralmente revertida à família do pintor. A iniciativa marca a preocupação da nova gestão da Pró-reitoria de Cultura com o resgate da memória de nomes relevantes das artes plásticas juiz-foranas, que tem uma história de tradição e grandes talentos na área.

A mostra fica em exibição até o dia 29 de maio. A Galeria Renato de Almeida do Centro Cultural Pró-Música fica na avenida Rio Branco 2329, Centro. Os trabalhos podem ser visitados de segunda a sexta, das 8h às 22h, e sábados e domingos, das 13h às 18h.

Fotos: Divulgação/UFJF

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