Acompanhe as manifestações em Juiz de Fora
Greve Geral em Juiz de Fora teve adesão de 54 movimentos sindicais e populares
A Greve Geral, organizada por mais de 54 organizações populares e sindicais, reúne centenas de trabalhadores e estudantes nesta sexta-feira, 28 de abril, em manifestação nas ruas centrais de Juiz de Fora. Vários setores paralisaram as atividades e os ônibus urbanos também não estão circulando desde a meia-noite de quinta, 27. Com adesão em todo o país, o ato levanta bandeira contra a Reforma Trabalhista e da Previdência, a terceirização e o governo do atual presidente Michel Temer.
O número de participantes foi estimado em 45 a 50 mil pela organização. A Polícia Militar (PM), que acompanha o ato, preferiu não divulgar estimativa. A concentração começou por volta das 9h na Praça da Estação, com espaço para falas dos representantes do movimento por volta das 10h15. Agora eles seguem com carro de som, cartazes, palavras de ordem pela avenida Francisco Bernardino.
O diretor do Sindicato dos Professores Municipais (Sinpro-JF), Flávio Bitarello, afirma que o movimento organizado pelo Fórum Sindical e Popular de Juiz de Fora cumpre orientação nacional de outras Centrais Sindicais. Os quatro eixos do movimento são: nenhum direito a menos, contra a Reforma da Previdência, Trabalhista, revogação da lei da terceirização e Fora Temer.
“Os quatro eixos nos unificam. Nós denunciamos o golpe de Estado que colocou no poder o Temer, mostrando que é um governo contra a classe trabalhadora. No país e no município a adesão de diversas categorias é maciça como os professores municipais, estaduais particulares, bancários, rodoviários, servidores públicos. Para nós o movimento já é um sucesso na cidade”, destaca, afirmando que pretendem repetir o último ato que reuniu cerca de 30 mil nas ruas centrais de Juiz de Fora.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Amarildo Romanazzi, o movimento foi organizado por mais de 54 entidades entre 20 sindicatos, cinco centrais sindicais e outros movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Destacamos a participação neste dia 28 dos motoristas e trocadores do transporte público, que contribui muito e deu força ao ato. A praça não está como esperávamos, mas é devido a questão dos transportes, que é um bom lado. Não tem pessoas nas ruas, mas também não tem gente trabalhando, comércio hoje teve que parar!”.
Ele complementa, ainda, os piquetes nas portas das garagens dos coletivos públicos começou às 2h30 desta sexta-feira, 28. “Alguns policiais militares estão tentando pressionar para que saiam, mas nossos parceiros de luta estão se mantendo firmes”.
Protesto fecha avenidas
Conforme a manifestação caminha pelas ruas centrais, alguns trechos ficam interditados e depois são liberados. Neste momento, o ato subiu a Rua Barão de Cataguases e parou na avenida Rio Branco, fechando pistas e avenida dos Andradas, na altura do Hemominas. Mesmo preso no trânsito por causa do ato, trabalhadores se posicionam a favor das reivindicações que movimentam o Brasil. O contador Antônio Carlos Ribeiro não concorda com a retirada de direitos trabalhistas já adquiridos. “Por que mudar agora? Enquanto eles conseguem aposentar com três mandatos, o trabalhador tem que aposentar com 69 anos, isso é uma injustiça. Apoio a manifestação e mesmo preso aqui no trânsito, respeito quem está nas ruas”.
Participante da passeata, a graduanda de serviço social da UFJF Luiza Travassos diz que “a reforma da Previdência será muito ruim para as mulheres, que vão precisar trabalhar mais, e, além disso, cuidar do filho, do lar e servir de apoio moral para a família sem ganhar salário para por essas duplas e triplas jornadas. Estou aqui quanto mulher para protestar contra essa mudança que será pior para nós mulheres”.