Comdema avalia projeto de novo aterro sanitário de Dias Tavares e cria grupo de trabalho para

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Quinta-feira, 23 de abril de 2009, atualizada às 19h

Comdema avalia projeto de novo aterro sanitário de Dias Tavares e cria grupo de trabalho para acompanhar a instalação do empreendimento


Guilherme Arêas
Repórter

A discussão sobre a instalação do novo aterro sanitário de Juiz de Fora ganhou mais um capítulo na tarde desta quinta-feira, 23 de abril. O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema) se reuniu para conhecer o projeto de construção do empreendimento, que deverá ser instalado na Fazenda Barbeiro, em Dias Tavares, às margens do km 772 da BR-040.

Para alguns conselheiros, muitas questões ainda estão nebulosas no projeto que escolheu o local para abrigar o aterro. O principal questionamento é quanto à existência de bacias hidrográficas de Classe I, que, por determinação do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), não podem receber empreendimentos que causem impacto ambiental.

Para o titular da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) da Zona da Mata, Danilo Vieira Júnior, o projeto apresentado pela Vital Engenharia Ambiental S.A., empresa braço da construtora Queiroz Galvão, prevê que os resíduos não atinjam as bacias. Ainda assim, o superintendente garantiu que a decisão final sobre a liberação do aterro virá do Conselho de Política Ambiental (Copam). "O Conselho é soberano em suas decisões e vai analisar os estudos técnicos que estão sendo feitos no local", garantiu.

O representante da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMA-JF), José Aristides, propôs a criação de um grupo de trabalho para acompanhar de perto o processo de implantação do novo aterro. O grupo será composto por três representantes do poder público municipal e três da sociedade civil e ficará responsável pelo acompanhamento de estudos sobre a vida útil do atual aterro, outro ponto de grande polêmica. O aterro do Salvaterra, criado em 1991, estava previsto para funcionar por 20 anos. Porém, o Demlurb e a empresa responsável pela prestação do serviço no local afirmam que o local terá a capacidade esgotada em novembro deste ano.

Este é um dos questionamentos que moveu a ação do vereador José Sóter de Figueirôa (PMDB), a qual suspendeu o licenciamento ambiental da obra do novo aterro. Porém, no final de março, a Justiça revogou a liminar de suspensão. O empreendimento já recebeu a Licença de Instalação e, segundo o diretor do Demlurb, Aristóteles Faria, a empresa vencedora da licitação pode iniciar as obras assim que achar conveniente.

Para o autor da ação, a reunião do Comdema superou as expectativas, apesar de se configurar apenas como informativa. Figueirôa acredita que os conselheiros do Comdema deveriam ter poder de decisão sobre as questões relativas à implantação do novo espaço.

O projeto de criação do novo aterro prevê o recebimento de 450 toneladas de lixo por dia. A expectativa é de que o empreendimento receba menos resíduos ao longo dos anos, caindo para uma média de 415 toneladas por dia. Com esses dados, a empresa responsável pela construção e manutenção do aterro prevê uma vida útil de 20 anos para o novo empreendimento.

Segundo o responsável pela Vital Engenharia Ambiental, Antônio Carlos Henrique, antes de decidir pela Fazenda Barbeiro, em Dias Tavares, o estudo avaliou outros 13 locais que poderiam abrigar um aterro sanitário em Juiz de Fora. Através de um sistema de pontuação, a empresa criou um ranking de áreas mais propícias a receber o empreendimento.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes