Gêmeos siameses de Santos Dumont seráo separados aos seis meses

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Quinta-feira, 3 de novembro de 2011, atualizada às 18h20

Gêmeos siameses de Santos Dumont serão separados aos seis meses

Aline Furtado
Repórter

Atualmente com quatro meses de idade, os gêmeos siameses Ruan Pablo e Ryan Pedro, da cidade de Santos Dumont, localizada a 40 quilômetros de Juiz de Fora, aguardam completarem seis meses de vida para passarem por uma cirurgia que fará a separação. Os meninos estão unidos pelo abdômen.

"Descobrimos o fato ainda na primeira ultrassonografia, no início da gravidez. No começo, foi um grande susto. Mas a cada novo exame, ficávamos mais tranquilos porque sabíamos que os meninos estavam bem", explica a mãe dos gêmeos, Elaine Aparecida de Almeida.

Desde o nascimento, que ocorreu em São Paulo, a família viaja à capital paulista uma vez por mês, a fim de fazer o acompanhamento médico, com a realização de exames de rotina. "Desde que nasceram, eles passam por tratamento, que é uma espécie de preparação para o procedimento cirúrgico." Ela conta que os meninos são saudáveis, mas as dificuldades ocorrem durante tarefas simples, como banho e alimentação.

O caso é considerado raro pela medicina, sendo registrado apenas um em cada cem mil famílias. "O fato de os meninos apresentarem órgãos separados faz com que o risco não seja grande. O procedimento é simples", explica o ginecologista e obstetra, Alexandre Ronzani. Segundo ele, a formação de gêmeos siameses ocorre quando a divisão do óvulo fecundado no útero não é completa. A cirurgia será custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A separação poderá ser adiada até os onze meses de idade.

Medo do preconceito

Além do susto por saber que seus filhos gêmeos nasceriam unidos fisicamente, Elaine conta que temeu a reação dos familiares e dos amigos. "Não sabia como contar. Tivemos medo do preconceito. Mas, ao contrário, o que recebemos, na maioria das vezes, é apoio. Algumas pessoas olham de forma preconceituosa, acham estranho. Isso nos incomoda um pouco. O que gostaríamos é que todos tivessem por eles o carinho que nós temos."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken