O que fica...

Dançar é tudo de bom né? E essa época as escolas já começam a se preparar para as apresentações de fim de ano. Começa aquela maratona de ensaios, repetições e mais repetições, compra de figurinos e adereços, desenhos de palco... Ufa! E tudo isso é muito recompensado quando a gente dança e se supera. Quando sai tudo certinho (às vezes também nem tão certinho assim, mas ainda assim um aprendizado) a sensação de realização toma conta dos nossos corações.

Mas você já parou pra pensar a origem desse sentimento de felicidade imensa que toma conta da gente depois de uma apresentação como essa? Será que vem só daquele momento de entrega, superação e alegria vividos no palco, no dia do espetáculo?

Eu ouso dizer que não. Todos os anos, preparo minhas alunas para o grande dia. Ensaiamos demais, corrigimos postura, técnica, expressão, aquele detalhe do dedo mindinho fora do lugar. No dia, existe aquela ansiedade, as borboletas no estômago, a maquiagem, o cabelo, a passagem de palco... Todas se arrumam, ficam lindas, dançam, encantam, encantam-se... E de repente... Acabou! Nossa! Como passa rápido!

E aí, o que fica? Ah! O que ficam são aqueles momentos que realmente nos levaram até ali, até aquele êxtase. As nossas aulas, os nossos momentos, as risadas, as trocas, as broncas, os textos, o incentivo, a superação de cada dia. O que fica é o olhar atento, o abraço apertado e o sorriso sincero que trocamos a cada semana.

Esse é o meu tesouro mais precioso. E acho que se você, bailarino ou professor, parar pra pensar, é o seu também.

Então, aproveitemos os nossos momentos de sala de aula. Que a gente se liberte, se permita, absorva e seja mais feliz a cada dia, a cada dança!

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• Rafaela Alves é professora e bailarina de Dança do Ventre e Folclore Árabe desde 2001. Conquistou o padrão de qualidade em dança da renomada Casa de Chá Khan el Khalili/SP em 2013. Proprietária do Studio de Danças Rafaela Alves. Formada em Direito pela UFJF.