Não sabendo que era impossável, foi l? e.... soube

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N?o sabendo que era imposs?vel, foi l? e.... soube

Não sabendo que era impossível, foi lá e.... soube 


[COLUNISTA_NOME] 18/04/2020

Bom, particularmente eu estou adorando poder escrever sobre esse tema. Vamos lá... Esses dias de quarentena tem me feito chegar a algumas conclusões bem interessantes. A frase original do título dessa crônica é frequentemente utilizada por coach’s motivacionais, o que por si só, já é motivo de zuação. A famosa piada pronta. Do mesmo nível de “levanta a cabeça princesa, se não a coroa cai”, eternizada como meme nacional por uma ex-BBB. 

Como disse no início, nessa quarentena eu ando refletindo sobre a vida. O isolamento social, sem alguma ideia brilhante para experimentar em casa, pode ser um tempo muito chato. Ando percebendo isso.

E, numa dessa de “fazer o meu ócio valer a pena”, eu arrisquei fazer algumas coisas atípicas. Minha namorada é metida a ser blogueirinha, e por isso, gosta de gravar vídeos para o Instagram. Para ajudá-la, resolvi fazer uma soft box (uma soft box, nada mais é que uma caixa de iluminação). Entrei no YouTube e vi que era, APARENTEMENTE, super fácil de fazer, bem caseira, apenas cortando papelão e colando papel alumínio.

Arregacei as mangas e comecei, todo empolgado, me sentindo o fazedor de coisas legais.

Eu não consegui cortar o papelão.

Eu não sei cortar papelão.

E não era nenhum origami sinistro de fazer não.

Era um corte reto. Só cortar e colar.

E eu não consegui.

Falhei miseravelmente.

Ok, vida que segue.

“Eu não devo estar num bom dia”, pensei. Tentando me consolar pelo desastre recente.

Passado isso, meu pai pediu que eu acertasse o pezinho de seu cabelo. Reparem: se trata de um homem de pouquíssima telha central, e algum pequeno cabelo nas laterais da cabeça. E foi aí, que tive a brilhante oportunidade de pensar: “o que pode dar errado, não é mesmo? ”.

Pois bem, deu.

Criei não só os caminhos de rato em sua cabeça, mas os atalhos também. Rotatórias e vagas para roedores idosos.

Um completo desastre. Ele está com um leve ranço de mim, mas vai passar.

Já meio desacreditado de qualquer habilidade que não seja escrever (muito mal) e lecionar (meu diploma me garante... ou pelo menos deveria), minha namorada me aparece com um erro de atualização no celular dela. Pensei: “uma chance de mandar bemzão”.

Precisei baixar o programa no computador.

O programa que precisava eu não consegui.

Eu baixei foi vírus (pelo menos não foi o Coronga).

Conclusão: agora a tecla SHIFT do meu teclado não funciona; o teclado numérico não funciona; as páginas da web abrem sozinhas; eu clico no meio da frase e vai automaticamente para o início da mesma, me fazendo ter continuadamente a vontade de isolar meu computador do trigésimo quinto andar de algum edifício.

No mais, é isso. Um desabafo.

Eu aprendi a lição.
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Claro que essa crônica é uma brincadeira bem-humorada sobre os acontecimentos do dia a dia, mas aproveito a oportunidade para dizer: essa quarentena não é uma competição por objetividade, ou produtividade.

Está tudo bem em não conseguir fazer tudo o que se propõe. A vida é assim, tá?

Um viva a nossa vida e ao que conseguimos, sem nos machucar e respeitando nosso tempo.

Beijos e se cuidem!