Ad?lia Prado

Por

Ad?lia Prado Em visita a Juiz de Fora, poetisa fala sobre educa??o,
perda de referenciais e viol?ncia na sociedade contempor?nea

Renata Cristina
Rep?rter
20/04/2007

As marcas de sua sensibilidade afloram a todo momento. Talvez seja por esse motivo que a poetisa Ad?lia Prado tenha versos aclamados no Brasil e exterior, com tradu??o em ingl?s e espanhol, e reverenciados por autores como Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Raquel Jardim.

Embora tenha iniciado a carreira aos 40, Ad?lia escreveu seis livros de poesia, entre eles, "O cora??o disparado", em que conquistou o Pr?mio Jabuti, o principal pr?mio liter?rio do pa?s. Lan?ou tamb?m seis obras em prosa, como "Solte os cachorros", em 1979, e "Cacos para um vitral", em 1989. Seu ?ltimo livro ? "Filandras", lan?ado em 2001 pela editora Record.

Em visita ? Juiz de Fora, a poetisa fala sobre o seu carinho pela cidade, que considera "grande e, ainda, dom?stica". A mineira de Divin?polis tamb?m revela a sua admira??o pelos juizforanos Pedro Nava, Murilo Mendes, Rachel Jardim e Afonso Romano de Santana. Em entrevista ao portal ACESSA.com, Ad?lia Prado fala sobre educa??o, perda de referenciais e viol?ncia na sociedade contempor?nea. Confira a entrevista:

ACESSA.com- Quando come?ou a escrever, imaginava que seus livros seriam traduzidos para outras l?nguas, como o ingl?s e espanhol?

Eu comecei a fazer literatura, mesmo, foi muito tarde, aos 40 anos. Nessa situa??o eu me sentia segura, tinha seguran?a de que eu havia encontrado uma linguagem. Ent?o, eu tive certeza daquela voca??o liter?ria para a poesia, fui escrever prosa muito mais tarde. Temos aquelas certas fantasias com rela??o ao que a gente faz, mas a gente vai vivendo, a cada dia, a cada hora, a cada livro e tentando sempre ser fiel a isso, a voca??o, ao dom.

ACESSA.com - Qual a import?ncia dessa viv?ncia para pais e filhos?

Se abro m?o disso, estou abrindo espa?o para a infelicidade. Quem deixa de lado o seu papel, a come?ar por n?s mesmos, ser? profundamente lesado naquilo que n?s ? instinto e natureza. E n?o ? um instinto apenas biol?gico e um instinto de natureza espiritual. N?o falo isso pela primeira vez, Yung fala disso tamb?m, de um instinto de natureza espiritual. Esse papel da mulher, a presen?a da mulher, ela realmente ? que a desgra?a uma casa ou que faz a felicidade maior. Com essa suposta liberdade nossa, o homem ficou sem fala, viramos competidoras. Eles ficaram sem a contraparte. As mulheres se queixam de que n?o h? homens, ou seja, n?o h? aquele que me afirma como mulher. N?o ? saudosismo, n?o. Isto foi perdido na luta feminista.