Sylvio Gomes rege Orquestra de Jazz h? 17 anos
Sylvio Gomes rege Orquestra de Jazz há 17 anosAlém de professor de harmonia, o pianista tocou com importantes nomes da música nacional e tem carreira como instrumentista no rádio, no teatro e na tevê
Repórter
20/10/2009
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Há 17 anos o pianista, compositor, arranjador, professor de harmonia e regente Sylvio Gomes, natural da cidade do Rio de Janeiro, veio para Juiz de Fora com o objetivo de dar aulas de harmonia funcional uma vez por semana.
Incomodado com o calor, o trânsito e a violência carioca, o músico devagar intensificou o volume de classes na Manchester Mineira. "Comecei a vir duas, três, quatro vezes na semana e a passar menos tempo no Rio. Quando passei a ter a sensação de que voltar para casa era voltar para Juiz de Fora, resolvi comprar um apartamento aqui e me fixar na cidade."
O primeiro feito no município foi a criação da Orquestra Oficina de Jazz, conhecida apenas como Orquestra de Jazz. "A intenção era possibilitar aos alunos de harmonia e de arranjo a oportunidade de aprender, tocando numa orquestra de verdade. O grupo inicial era formado por 27 músicos. Hoje, contamos com 17."
Em Juiz de Fora, foi criado também o Quinteto Pró Jazz, que se apresenta anualmente no Festival Pró Jazz. O grupo é atualmente formado pelos músicos Paschoal Meireles (bateria), André Neiva (baixo), Marcelo Martins (saxofone), Alexandre Carvalho (guitarra) e, claro, Sylvio Gomes, no piano. "São artistas reconhecidos em todo o Brasil e que acompanharam grandes nomes como Tom Jobim, Milton Nascimento, Ivan Lins, Leila Pinheiro e João Bosco, por exemplo."
Recentemente criado, o Triunvirato também é idealização do maestro que, com Claudimar Maia (baixo) e Pedro Crivelari (bateria) faz sua terceira apresentação numa casa noturna da cidade no próximo dia 29 de outubro.
Início da carreira
A exemplo da maioria dos músicos de renome, Sylvio Gomes iniciou cedo a carreira de pianista. Antes dos nove anos ele tinha aulas de diversos instrumentos em casa, com a mãe, na época professora de um conservatório de música do Rio de Janeiro. Aos 13 anos, o jovem compunha a Orquestra Vitório Stefanini, chegando a fazer apresentações no Ginásio Maracanãzinho, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na antiga Rádio Nacional e em diversos clubes da capital carioca.
Mais tarde, atuando profissionalmente como pianista, o músico fez apresentações solo em todas as casas noturnas do Rio de Janeiro e acompanhou, ora como instrumentista, ora como regente, trabalhando com cantores como João Bosco (foto abaixo à esquerda), Nana Caymi, Leny Andrade (foto abaixo à direita), Leila Pinheiro, Elza Soares, Angela Maria, Blackout, Ivon Curi, Gregório Barros, Carlos José, Lúcio Alves, Altemar Dutra, Pedrinho Rodrigues, Miltinho, Áurea Martins e Helena de Lima.
"Fui o primeiro músico a dar oportunidade à cantora Zélia Duncan. Em 1985, ela havia acabado de chegar de Brasília e eu a convidei para me acompanhar num espetáculo no Piano Bar, no Rio de Janeiro. A partir desta apresentação, Zélia foi ganhando espaço na noite carioca até ser a artista que é hoje."
Teatro, rádio e televisão
Na década de 1960, Sylvio Gomes era o pianista do programa de auditório da Rádio Rio de Janeiro AM, aos domingos. Com a experiência, o regente teve a oportunidade de conhecer inúmeras estrelas da época e fazer mais conhecido seu nome. Em 1979, a participação como pianista na peça A História é uma História, de Millôr Fernandes e direção de Jô Soares, marcou o início de uma carreira no teatro. Além de ser responsável pela direção musical do espetáculo, atuou ao lado de Sandra Bréa, Antônio Fagundes e Olney Cazarré.