Objetos antigos superam modernidades

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Objetos antigos superam modernidades O velho, muitas vezes desprezado por muita gente, pode surpreender no que se refere ? tecnologia

Marinella Souza
Colabora??o*
30/05/2008

Bem no centro de Juiz de Fora uma loja chama a aten??o. A princ?pio ? um sebo como outro qualquer, mas seus artigos n?o s?o apenas usados, s?o raros. Na loja de Waltinho Maddalena ? poss?vel encontrar livros de 1810, rel?gios com mais de cem anos, r?dios da d?cada de 50, televis?es de 1970. E tudo funcionando.

Waltinho conta que o carro-chefe s?o os livros, mas os objetos antigos d?o certo charme ao local. Ele garante que os r?dios e os rel?gios t?m uma capacidade muito maior do que os que encontramos hoje. "As coisas antigas foram feitas para durar, hoje tudo ? muito fr?gil. A pot?ncia de um r?dio da d?cada de 50 ? muito maior do que a dos aparelhos modernos".

O comerciante decidiu trabalhar com livros antigos h? dez anos. "Eu queria preservar o que a maioria das pessoas joga fora sem imaginar o valor que aquilo tem", explica. Sete anos depois veio a id?ia de trabalhar com os objetos antigos para resgatar ?pocas passadas, trazendo de volta em perfeitas condi?es de uso.

As antig?idades chegam ao antiqu?rio atrav?s dos propriet?rios ou seus descendentes que por algum motivo n?o querem mais aquele objeto. Foi o que aconteceu no caso de um rel?gio, que segundo Waltinho, tem mais de cem anos. "Quem o trouxe at? aqui foi o neto do propriet?rio sob a alega??o de que n?o teria como cuidar de um objeto t?o antigo", revela.

Mas o comerciante n?o se limita a esse tipo de negocia??o direta. Volta e meia ele faz um trabalho de pesquisa em cidades vizinhas e encontra raridades como um r?dio ? v?lvula de quase 60 anos que ainda fazia parte da rotina de uma fam?lia de Lima Duarte e Waltinho conseguiu negociar, sem muito esfor?o, j? que a fam?lia se disp?s do utens?lio sem grande resist?ncia.

A procura por esses objetos mais antigos n?o ? muito grande e Waltinho atribui o desinteresse ? sociedade de consumo. "A modernidade fez com que as pessoas desprezassem o velho e s? dessem valor ao que ? novo, mas o velho ? muito ?til e interessante".

Mas apesar de ser um mercado muito restrito, o comerciante destaca que sempre tem quem procure por esses objetos. Segundo sua experi?ncia, as pessoas de mais idade gostam bastante. "? uma forma de resgatar a hist?ria deles, de recordar o tempo em que foram jovens", acredita. As pessoas ligadas em decora??o tamb?m s?o p?blico consumidor para o antiqu?rio de Waltinho.

*Marinella ? estudante de Comunica??o da UFJF