Rei Momo Ronaldo Golfinho pretende marcar a história do Carnaval

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Rei Momo Ronaldo Golfinho pretende marcar a hist?ria do Carnaval

Rei Momo Ronaldo Golfinho pretende marcar a história do Carnaval de JF

O professor, de 34 anos, é o primeiro Rei Momo negro da cidade

Laura Lewer
*Colaboração
18/01/2014

Brincam que ele é um pouco magro para ser Rei Momo, ninguém da sua família tem envolvimento com o samba e ele é o primeiro homem negro eleito do Carnaval de Juiz de Fora. Cheio de desafios, Ronaldo Simpício, mais conhecido como Ronaldo Golfinho, sobrenome que adotou quando fazia parte de um grupo de samba e pagode com os amigos, conquistou o prêmio de Rei Momo do Carnaval 2014, no último sábado, 11 de janeiro.

Nascido em Juiz de Fora e com 34 anos de idade, não sabe dizer por que entrou para o samba, já que sua família sempre foi somente espectadora dos desfiles transmitidos pela TV. No entanto, sabe bem quando o coração bateu mais forte pelo ritmo. "Aos 14 anos, fui convidado por meu primo para desfilar na ala de passistas da Unidos do Ladeira e foi quando vi que tinha uma paixão", conta.

Motivação e projeto

"Eu já era intérprete e passista, então acho que só faltava mesmo ser Rei Momo para aumentar minha responsabilidade no Carnaval", brinca Ronaldo, que é professor de balé e percussão afro. Segundo ele, a ideia de se candidatar veio junto com a certeza de que era um cargo sério e que daria mais visibilidade para seu projeto social, o Bate Lata.

A iniciativa, que trabalha com adolescentes de 14 a 18 anos, oferece aulas de percussão afro e utiliza materiais recicláveis para fazer os instrumentos. Para as meninas de 15 a 17 anos, o projeto funciona como um núcleo de balé afro. "Antes do título, era aquele ditado de que uma andorinha só não faz verão. Agora, acredito que a visibilidade vai ser melhor."

Preparação

Para o concurso, Ronaldo conta que o trabalho foi mais emocional. "Só me preparei psicologicamente, por causa das críticas. O preparo físico eu já venho fazendo há um tempo com a parte de alongamento, mas não podia trabalhar mais coisas porque comentaram que eu sou magro demais", brinca. No caso da avenida, o Rei Momo está desenvolvendo o cortejo e a comunicação com o público e diz que coisas básicas como paciência, água e um sono regulado são fundamentais para fazer bonito.

*Laura Lewer é estudante do 7º período de Jornalismo do CES/JF