Quinteto Villa-Lobos é atração do Festival nesta quinta no Central

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Quinteto Villa-Lobos ? atra??o do Festival nesta quinta no Central
Terça-feira, 25 de julho de 2017, atualizada às 18h16

Quinteto Villa-Lobos é atração do Festival nesta quinta no Central

Da redação

Com uma tradição de 55 anos de atuação ininterrupta, o Quinteto Villa-Lobos se apresenta na quarta-feira, 26 de julho, às 20h, no Cine-Theatro Central, como parte da programação do 28º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, realizado pela Pró-reitoria de Cultura da UFJF.

Fundado em 1962, o grupo esmera-se na divulgação da música de câmara brasileira, ao mesmo tempo em que amplia seu repertório por vários gêneros, conferindo competência e popularidade às suas apresentações em espaços públicos e em escolas da rede de ensino.

Atualmente o quinteto é formado por Rubem Schuenck (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Paulo Sergio Santos (clarineta), Philip Doyle (trompa) e Aloysio Fagerlande (fagote).

Para a apresentação no Festival, o grupo escolheu um programa que pretende cotejar a criação musical erudita brasileira do começo do século XX de dois dos maiores compositores brasileiros ligados à filosofia de Mario de Andrade e da Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922 em São Paulo: Heitor Villa-Lobos e Mozart Camargo Guarnieri. Além deles, o programa apresenta também uma obra do compositor juiz-forano Edmundo Villani-Cortes.

Considerado nosso maior compositor e o maior das Américas, Villa-Lobos iniciava então seu ciclo dos Choros. Ao mesmo tempo, Camargo Guarnieri seguia o mesmo caminho. Por razões desconhecidas, o Choros 3 de Guarnieri, após sua primeira audição em 1929, ficou esquecido por muitos anos até ser redescoberto e reeditado pelo Quinteto Villa-Lobos, que o gravou em 2003.

Essa música é um retrato do som encontrado nas ruas de São Paulo na época de sua composição, por ocasião do carnaval e das festas populares. Em um aparente caos, a riqueza rítmica surge esporadicamente, lembrando a complexidade rítmica dos instrumentos percussivos utilizados na música indígena, popular e folclórica, enquanto a melodia tranquila das serestas e boleros da época aparece como contraponto romântico à percussão. O final retoma a percussividade rítmica, terminando em um ataque súbito dos instrumentos, à imitação do início.

De Edmundo Villani-Cortes, o programa inclui as 3 Impressões Afro-brasileiras que o compositor mineiro radicado em São Paulo escreveu para quinteto de sopros. A obra se divide em três movimentos distintos, em que são abordados três aspectos típicos da influência africana em nossa música brasileira. Com harmonias rebuscadas e escrita imitativa, o compositor nos transporta aos afetos atávicos ligados a cada uma das manifestações impressas nos títulos dos andamentos.

Obra-prima

Compositor cujo nome o Quinteto homenageia, Villa-Lobos comparece no programa com seu Quinteto em Forma de Choros, obra que resume em poucos minutos uma visão abrangente das manifestações culturais brasileiras, em que os elementos musicais aparecem, como em Guarnieri, mas de forma completamente diferente, interligados entre si e conduzidos com maestria composicional única. “Interessante notar como dois grandes compositores abordam uma mesma ideia musical de maneira tão distinta, pessoal, resultando em duas obras-primas da composição nacional”, ressalta o grupo.
 

Choros 2, para flauta e clarineta, a segunda composição da série, traz estilizada toda a riqueza do improviso do choro para dois instrumentos "chorões" por excelência. Bachianas 6, para flauta e fagote, aborda inicialmente a beleza melódica das nossas serenatas à janela da homenageada, seguida pela complexidade rítmica comum nas composições de Villa-Lobos, que as torna sempre exigentes e de difícil execução para os intérpretes.

O programa se encerra com o Villa-Lobos mais conhecido, das melodias que, por força de sua beleza, se tornaram praticamente "pinturas" da música brasileira, como a Ária da Bachianas Brasileiras 5, o Trenzinho do Caipira e outras.


Com informações da UFJF