Gente do Bem: Lucas Diniz Chaves

Por


Lucas Diniz Chaves J? s?o 25 anos de trabalho volunt?rio lutando
pela reinser??o social dos cegos

Thiago Werneck
Colabora??o*
30/07/2007

Uma luta constante para promover a reinser??o social dos cegos em Juiz de Fora. Essa ? maior motiva??o do aposentado, Lucas Diniz Chaves para ser volunt?rio na Associa??o dos Cegos de Juiz de Fora (foto ao lado). Hist?ria que come?ou h? 25 anos, quando um amigo o levou para conhecer o trabalho da entidade.

A visita marcou o in?cio de uma das paix?es de Lucas. "Me apaixonei pela causa a partir do momento que percebi a escurid?o em que ele viviam. No come?o tive pena, mas depois vi que eles s?o normais como qualquer outra pessoa, s? precisam de respeito e oportunidade", conta.

Come?ando a ajudar a institui??o nos tempos livres, Lucas ingressou para diretoria e h? quase quatro anos se tornou presidente da entidade. "Fui me envolvendo cada vez mais e hoje luto pela recupera??o financeira da Associa??o. Quando a casa estiver arrumada eu saio, porque tamb?m preciso descansar, j? estou com 66 anos", indaga.

N?o h? um hor?rio fixo de trabalho, mas a dedica??o ? total para melhorar as finan?as da entidade. Lucas faz administra??o das finan?as, busca doa?es e faz os contatos da entidade. "Sempre tento buscar recursos e doa?es para Associa??o. Trabalho muito nesse sentido para ampliar nossos trabalhos e trazer mais renda para institui??o", destaca.

Para Lucas n?o h? como conhecer a causa e n?o se apaixonar por ela. "Quem trabalha um pouco aqui, n?o consegue mais sair. ? um trabalho muito nobre. ? incr?vel como os cegos evoluem aqui dentro. Boa parte chega analfabeto e sem saber andar, o que os tornam muito dependentes de outras pessoa. Dar a oportunidade para eles crescerem ? muito gratificante", conta.

Recompensa que acontece a todo momento. A Associa??o dos Cegos ? refer?ncia em toda regi?o e casos de extrema pobreza s?o notados constantemente por l?. "Uma vez cheguei aqui e tinha uma mulher com tr?s filhos sentados na porta. Eles tinham chegado de Ponte Nova. Perguntei se eles j? haviam almo?ado, e ela me informou que eles fariam isso quando chegassem ? noite em casa. Na mesma hora, os levei para o refeit?rio. Casos semelhantes acontecem freq?entemente ", relata.

Lucas ? exemplo de que fazer o bem para os outros ? fazer o bem para si mesmo. "Minha auto-estima vai l? em cima cada vez que ajudo uma pessoa. Fico muito feliz, esse trabalho me confere uma sobre-vida. Ajudar quem est? carente tem uma recompensa que n?o pode ser medida", refor?a.

Volunt?rio por paix?o, ele lamenta que muitas pessoas n?o encontrem tempo de ajudar o pr?ximo. "N?o me conformo quando algu?m fala que n?o tem ao menos 30 minutos por m?s para ajudar uma institui??o. Acho isso muito triste. Se cada um fizesse sua parte, o trabalho das institui?es seria muito maior", completa Lucas.

*Thiago Werneck ? estudante de jornalismo da UFJF


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