Zaga falha mais uma vez, ataque perde muitos gols, e Tupi é derrotado em casa

Matheus Brum
Colaboração*
8/06/2016

Já está virando um roteiro de novela a campanha do Tupi na Série B do Campeonato Brasileiro. Mas, ao contrário do que acontece nas narrativas, a história do Galo não tem tido um final feliz. Nervosismo, desespero e afobação são características presentes em todos os jogos do time. Contra o Oeste não foi diferente. Mais uma vez, num lance capital, a defesa falhou e a equipe saiu derrotada diante da sua torcida.

Tudo bem que havia pouco mais de 750 torcedores do Mário Helênio. Mas, pudera. Com uma noite fria e chuvosa, aliada a má campanha, era de se esperar um público baixíssimo. Se nem quando o time está bem e os jogos são no final de semana, os juiz-foranos comparecem, imagina com um cenário desses.

Dentro de campo o Carijó fez um excelente primeiro tempo. O melhor de toda sua trajetória na Série B. Conhecendo o estilo de jogo do Oeste, que consiste em rápida troca de passe, enfiada de bola e jogo vertical, Drubscky posicionou o time com uma linha de seis homens à frente do goleiro Rafael Santos. Henrique, jogando de ponta direita, e Recife, recuavam na hora do ataque adversário, colaborando com os defensores (Douglas, Heitor, Rodolfo Mol e Bruno Costa). No meio, Serrato ficou com toda a responsabilidade da armação das jogadas, e se saiu muito bem, demonstrando uma ótima visão de jogo, já vista em outras partidas.

Mesmo sabendo a forma como o adversário joga, o Tupi sofreu pressão do Oeste nos minutos iniciais. Logo aos seis minutos quase abriu o placar. Felipe dividiu com Rafael Santos, e a bola sobrou para Marinho, que vendo o gol vazio, tentou de cobertura. Heitor, mostrando um excelente posicionamento, tirou a bola em cima da linha.

Com o passar do tempo, a marcação foi começando a se tornar mais efetiva, e as chances alvinegras foram aparecendo. E ficava nítido o nervosismo na hora de colocar a bola no fundo do barbante. Aos 16, Jonathan cobrou escanteio da direita, Jataí desviou de cabeça, e Rodolfo Mol, na frente do goleiro, sozinho, pegou muito embaixo da bola e isolou. Essa foi apenas a primeira chance clara perdida pelo "Fantasma do Mineirão". Algumas outras ainda iriam deixar o grito de gol entalado na garganta dos torcedores.

Outra melhoria do time em relação às últimas partidas foi o posicionamento do Giancarlo. Normalmente, ele ficava preso entre os zagueiros adversário. Contra o Oeste, foi mais participativo, saindo da área, buscando tabelas com Henrique e Jonathan, pontas, e também com Serrato, que era o responsável por encostar no ataque. Essa troca de passes quase levou ao primeiro gol carijó. Aos 22, Serrato tabelou com o camisa 9 e arriscou de fora, de perna canhota. A bola saiu por cima do gol de Felipe Alves.

Aos 39, veio a primeira de várias chances perdidas pelo centroavante. Depois de cruzamento na área, ele subiu mais alto que todo mundo e testou. A bola caprichosamente "beijou" o pé da trave direita e voltou para ele. Com o gol aberto, ele desviou para fora.

Essa boa troca de passes e várias chegadas ao ataque, deram confiança para a equipe. Porém, atrás, as falhas individuais ameaçavam tirar o zero do placar. Aos 41, veio a resposta do Oeste. Heitor "cochilou", viu Mazinho disparar depois de um belo passe de calcanhar, sair cara a cara com Rafael Santos, escolher o canto e chutar rasteiro de perna esquerda para uma bela defesa do arqueiro carijó.

No último minuto da agitada primeira etapa, Jonathan cruzou da esquerda, Giancarlo subiu mais alto que a zaga, cabeceou como manda o figurino, de cima para baixo, só que mandou no meio do gol, deixando a defesa fácil para Felipe Alves.

No segundo tempo, tudo foi diferente. Esquece linha de seis defendendo, Serrato armando, Giancarlo fazendo o papel de pivô e time trocando passes. O time voltou irreconhecível, a começar com a entra de Ygor no lugar do Jonathan, que havia sentido dores durante a primeira metade do jogo.

Com a pressão de um início muito ruim de campanha, os jogadores foram para o segundo tempo com a nervosos para conseguir um gol. Isso fez com que toda a tática se desmontasse, e os velhos problemas voltassem a aparecer. Com isso, claro, quem se deu bem foi o Oeste, que não tinha nada a ver com isso.

Aos 11, Francisco Alex recebeu dentro da área, chutou, e Rafael Santos defendeu. No rebote, Heitor e Rodolfo "bateram cabeça". Na tentativa de afastar, eles mandaram a bola na trave esquerda do camisa 1, que se recuperou a tempo e evitou um gol extremamente bizarro.

Se não bastasse esse susto, Heitor quase conseguiu outra proeza três minutos depois. Mazinho fez lançamento em profundidade para Matheus Freitas. Na tentativa de fazer o corte, Heitor pegou errado na bola, e ao invés dela ir para frente, foi para trás. Rafael Santos teve que esticar o braço e com a ponta dos dedos defender uma bola que o estava encobrindo.

Para completar o momento "Trapalhões" da zaga, na cobrança do escanteio, Douglas cochilou, viu Léo Duarte receber passe curto, entrar na área e fuzilar. Estava aberto o placar no Mário Helênio.

Depois disso, o que se viu em campo foi um time nervoso, querendo ir para cima de qualquer maneira. Tentando melhorar o time, Drubscky tirou Henrique e colocou Vinícius Kiss, que pouco colaborou com a partida.

Quando a fase não é boa, nada da certo. Provavelmente você já ouviu falar muito dessa frase. Com certeza se aplica a Giancarlo. Depois de todas as chances perdidas no primeiro tempo, ele teve a chance de se redimir no seu último lance em campo. Recebeu, no segundo pau, cruzamento da direita, matou no peito como manda o manual do bom centroavante. Contudo, na hora de finalizar, sozinho, frente a frente com Felipe Santos, ele escorregou. Saiu de campo sob fortes vaias, pedindo desculpas ao torcedor.

A partir daí, o jogo esfriou. O Oeste continuou com seu jogo baseado na troca de passes, sem oferecer muito perigo, satisfeito com o resultado. O Tupi, por outro lado, tentava, mas o nervosismo não deixava o jogo fluir.

Num dos últimos lances da partida, Serrato teve um lampejo do seu ótimo primeiro tempo, lançou para Kiss, que ganhou da zaga na velocidade, saiu cara a cara com Felipe Alves, mas finalizou mal, para defesa tranquila do goleiro.

Ao final do jogo, muitos protestos da torcida, que mesmo pequena, fez diversas críticas aos jogadores, e principalmente, à diretoria.

Com mais um revés, o Tupi segue no Z-4, à frente apenas do Sampaio Corrêa. No próximo sábado, volta a campo, às 16h, contra o Brasil, em Pelotas.

Ficha Técnica

Tupi: Rafael Santos, Douglas, Heitor, Rodolfo Mol e Bruno Costa; Rafael Jataí, Recife e Marcos Serrato; Jonathan (Ygor), Henrique (Vinícius Kiss) e Giancarlo (Michel Henrique). Técnico: Ricardo Drubscky

Oeste: Felipe Alves, Felipe Rodrigues, Francis, André Castro e Danielzinho; Betinho, Mazinho e Francisco Alex (Robert); Maurinho (Maurício), Marcus Vinícius (Matheus Vargas) e Léo Artur. Técnico: Fernando Diniz

Arbitragem: Rodolfo Toski Marques (PR) auxiliado por Luciano Roggenbaum (PR) e André Luiz Severo (PR)

Público e renda: 483 pagantes (764 presentes) / R$9.090,00


*Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.

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