Circuito v?lei de praia termina no domingo Nalbert, Tande, Virna e Sandra s?o as estrelas do fim de semana

Ricardo Corr?a
R?porter

Terra de oportunidades. Para quem tem a bola como ferramenta, ou a enxada, a peneira e a p?. Em frente ao Est?dio Municipal Radialista M?rio Hel?nio, a movimenta??o de dezenas de pessoas deixa claro: algo diferente est? acontecendo em Juiz de Fora. Est? acontecendo, e j? vai terminar neste domingo. O Circuito de V?lei de Praia agita Juiz de Fora desde quarta-feira, dia 17 de maio.

 

A estrutura valeu a pena. De um lado para outro, para onde se olhava, tinha algu?m trabalhando. E de formas diferentes. Em uma quadra, j? pronta, atletas se aquecem. Do outro lado, muita gente para colocar e nivelar a areia de outra quadra onde tamb?m est?o sendo disputados jogos.

Tudo perfeito para a chegada das principais estrelas que v?o encarar a competi??o principal, no s?bado e no domingo. Os jogos come?am ?s 8h e v?o at? ?s 18h, no domingo e de 8h ?s 12h, no s?bado, com entrada franca. Entre os favoritos, medalhistas ol?mpicos, como Tande, que faz dupla com Murilo, ou Nalbert, que est? ao lado de Luiz?o. No feminino, o ouro ol?mpico tamb?m est? representado, com Sandra Pires, parceira de Virna, fera das quadras e que agora tamb?m brilha nas areias pelo Brasil.

Suando a camisa

F?bio n?o mora na praia. ? daqui mesmo de Juiz de Fora. Ele e mais onze jovens, a maioria da regi?o do bairro Aeroporto, foram chamados para ajudar na montagem da arena.

"Estamos aqui desde a quinta-feira passada. Chamaram a gente, perguntaram se quer?amos ajudar e pediram para trazer o CPF e a Carteira de Trabalho. ? bom para n?s pois est?vamos precisando", explica F?bio, que topa qualquer neg?cio. Perguntando se o trabalho continuaria durante o evento.

"Estamos vendo se eles v?o precisar de garotos para pegar a bola durante o jogo. Se precisar de torcer, torcemos tamb?m. Para quem o senhor quer que tor?a?", pergunta, mostrando interesse em conseguir mais algum trabalho.

N?o vai ser necess?rio. Torcida as arquibancadas deve receber de sobra. E de sobra mesmo, pois s?o 1.200 lugares nas arquibancadas e muita gente pode n?o conseguir assistir ?s partidas simplesmente por falta de espa?o.

Mas trabalho para F?bio n?o falta. Ele e seus amigos coaram 1.100 metros de areia e montaram os espa?o para tr?s quadras dentro da arena e outras duas fora. Junto deles, mais 20 pessoas, a maioria do Rio de Janeiro, outros do Nordeste, que trabalham diretamente com a organiza??o do evento. ? essa mescla de gente de c? e gente de l? que faz as coisas acontecerem no circuito.

Um dos respons?veis por isso ? Ad?lson Galv?o, que trabalha na produ??o do evento, pela Confedera??o Brasileira de V?lei. Apressado, correndo de um lado para outro ele explica que participa de todas as etapas e que existe uma equipe fixa que se junta ?s pessoas contratadas em cada cidade pelo qual o evento passa. E tem trabalho em todas as frentes.

"Temos que peneirar a areia para n?o machucar o atleta. Como essa areia n?o ? de praia, temos que limpar para n?o ter nenhuma impureza. E temos que fazer tudo antes pois faltando dois dias os atletas j? come?am a chegar para treinar", explica ele, lembrando que o trabalho n?o termina quando estiver tudo pronto.

"Temos que ficar fazendo a manuten??o. Todo o dia a areia ? nivelada, a altura da rede ? avaliada, para saber se est? na altura-padr?o. O trabalho segue", lembra ele.

Reginaldo Maciel trabalha fora da quadra. Ele ? de Juiz de Fora e trabalha em uma empresa do ramo de eventos. Mede, corta, serra e transforma peda?os de maneira, metal e acr?lico em salas de imprensa, cabines de televis?o e salas de som. Sabe fazer isso como ningu?m, mesmo sem ter no??o do motivo para qual sua constru??o ser? utilizada.

"Eu monto os... isso aqui ? o que mesmo?", pergunta. Nem ? necess?rio responder. A ?nica coisa necess?ria ? deixar tudo pronto, como est? no projeto, para que o espet?culo comece.

Na areia

Se h? quem trabalha para que a arena fique pronta, h? quem dependa dela para trabalhar. Felipe Grimaldi veio de longe para isso. De Salvador. Sua fun??o ? a que mais aparece: ele ? jogador do Circuito e est? participando de todas as etapas. Desde a ?ltima faz dupla com Parazinho, e dessa vez n?o quer deixar escapar uma vaga no torneio principal.

"Na ?ltima quase nos classificamos e fomos eliminados no tie-break, em um jogo disputado e dram?tico. Agora queremos nos classificar e tentar uma boa posi??o para conseguir uma vaga no ranking". Ele chegou um dia antes para se preparar melhor para as partidas.

"De um lugar para outro faz muita diferen?a. A temperatura, o vento, a areia. Isso ? decisivo", explica ele, que lembra a diferen?a de jogar fora da praia.

"Aqui ? mais duro, a areia ? mais batida. Na praia a dificuldade de movimenta??o ? maior, ent?o esse piso aqui facilita at? para o pessoal que est? acostumado a jogar na quadra", diz. Para ele o caminho at? uma poss?vel gl?ria j? come?ou faz tempo, mas depende do desempenho nos pr?ximos dias, nas areias e na estrutura que, por sua vez, depende do Ad?lson, do Reginaldo e do F?bio, que s? d? peixinhos de brincadeira, mas trabalha s?rio pelo sucesso de todos. Seu esporte ? esse.