A seleção sem graça

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Lucas Soares 16/11/2015

A seleção sem graça

Brasil e Argentina se enfrentaram na última sexta-feira, 13 de novembro, e a partida acabou empatada em 1 a 1. Enquanto os hermanos estavam sem seus principais jogadores, a seleção canarinha colocou o que tinha de melhor em campo e não conseguiu mais do que um empate com a maior rival.

Análises táticas e de desempenho a parte, como perdeu a graça assistir à uma partida da Seleção Brasileira! Sei que os números do Ibope mostram uma liderança para Rede Globo no período de transmissão, mas quem realmente estava assistindo, ou se importando com o jogo?

O fatídico 7 a 1 afeta uma geração inteira de torcedores. O sentimento de nacionalismo que tomou conta dos torcedores durante a Copa foi destruído naquele dia. Sei que isso vem atingindo boa parte dos torcedores, hoje absolutamente sem tesão em assistir à uma partida, já que partilho de um sentimento similar. Como grande fã do esporte, assistia pelo espetáculo (e trabalho), não somente por ser a Seleção Brasileira mais. Na sexta passada, tinha outros planos e só vi o término do segundo tempo, assim como várias outras pessoas que antes dedicavam seu tempo ao Brasil.

E qual a causa desse desinteresse? Difícil precisar uma só. Claro que a maior de todas é a goleada sofrida para a Alemanha, mas convenhamos que a falta de jogadores decisivos também pesa. Afinal, depender de apenas um jogador, quando já tivemos vários de destaque, não é algo fácil de se digerir, ou acostumar-se, principalmente para quem teve, num passado recente, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos...

Outro fator determinante é a presença do técnico Dunga, que não tem nem um pouco de carisma junto aos torcedores, e a convocação de jogadores que são caricatos demais para entrevistas, mas pecam com a bola nos pés. Vocês sabem quem...

Essa sucessão de razões esvaziam os sentimentos dos torcedores e acabam os afastando da Seleção. Sei que os ingressos para o jogo contra o Peru, amanhã (17), em Salvador, estão esgotados. A expectativa de público é de 45 mil pessoas. Por outro lado, na estreia, contra a Venezuela, "apenas" 38.970 pessoas pagaram ingresso para ir ao Castelão, cuja capacidade é de mais de 63 mil torcedores, deixando buracos em vários setores do estádio.

Sinto que só uma VITÓRIA (assim mesmo, maiúscula) na Copa da Rússia, em 2018, vai fazer as coisas voltarem como eram antes. Fora isso, a desconfiança vai reinar, principalmente em cima deste grupo.